Análise da variação da ventilação pulmonar regional com tomógrafo de impedância elétrica após bloqueio do plexo braquial interescalênico

Abstract

Objetivo: Avaliação da ventilação pulmonar após a realização de bloqueio de plexo braquial com auxílio de tomógrafo de impedância elétrica em cirurgias de ombro em regime ambulatorial. Métodos: Os pacientes foram randomizados em dois grupos para realização de bloqueio do plexo braquial pela via interescalênica guiado por ultrassom com 4 e 15 mL de bupivacaína a 0,5% com adrenalina ao redor da raiz de C6. Tiveram sua ventilação avaliada em 3 momentos: antes do bloqueio (T0), 30 minutos (T1) e 4 horas após o bloqueio (T2). Após a segunda aferição, foram submetidos a anestesia geral e ao final do procedimento cirúrgico após reversão do bloqueio neuromuscular e recrutamento alveolar foram extubados e 4 horas após o bloqueio foram submetidos a nova aferição. Resultados: A ventilação apresenta valores menores aos 30 minutos no grupo 15 mL em comparação com 4 mL sendo que a recuperação dos valores iniciais da ventilação após 4 horas se mostra próxima ao observado em ambos os grupos. Apesar das diferenças apresentadas entre os grupos na variável estudada estas não foram estatisticamente significativas em nenhum momento. Conclusões: O impacto do bloqueio interescalênico sobre a ventilação se mostrou pequeno na população estudada com a técnica escolhida, sendo a principal alteração ventilatória nos primeiros 30 min no grupo de 15mL. Após 4 horas os parâmetros analisados se encontram próximos aos aferidos inicialmente. A ausência de diferença estatística após 4 horas nos valores da ventilação chama a atenção para a semelhança de efeito entre os grupos, mesmo que o volume mínimo e anestésico local utilizado seja 4 mL.

Objective: Assessment of lung ventilation after performing brachial plexus block with the aid of an electrical impedance tomograph in outpatient shoulder surgeries. Methods: Patients were randomly allocated into two groups to receive ultrasound-guided interscalenic brachial plexus block with 4 or 15 mL of bupivacaine 0.5% with epinephrine around the C6 root. They had their ventilation evaluated in 3 moments: before the blockade (T0), 30 minutes (T1) and 4 hours after the blockade (T2). Following the second measurement, they underwent general anesthesia. At the end of the surgical procedure, subsequently of the decurarization and alveolar recruitment, they were extubated and reevaluated after 4 hours of the blockade. Results: Pulmonary ventilation presents lower values at 30 minutes in the 15 mL group compared to 4 mL and the recovery of ventilation values after 4 hours is close to that observed initially in both groups. Despite the differences shown between the groups in the variables studied, these were not statistically significant at any time. Conclusions: The impact of interscalene block on pulmonary ventilation was small in the population studied with the chosen technique, with the main ventilatory alteration being in the first 30 min in the 15mL group and after 4 hours the parameters analyzed are close to those measured initially.