Probabilidade de mudança de padrão respondedor/não respondedor utilizando modelo oculto de Markov

Abstract

Background - The administration of multiple esketamine doses has shown efficacy for unipolar and bipolar treatment-resistant depression (TRD), as demonstrated by several clinical trials. Nevertheless, the probability of responding or not after each dose in the real-world remains unknown. This study aimed to estimate it following four doses of esketamine, administrated via subcutaneous (SC). Methods - We conducted a retrospective analysis of a case series of 70 patients with TRD who received treatment from the esketamine assistance program at Federal University of Sao Paulo, between April 2017 and December 2018. The SC injections were administrated weekly at a dose of 0.5–1.0 mg/kg, in conjunction with patients´ psychotropic drugs. Response was defined as a decrease of at least 50% in the Montgomery-Åsberg Depression Rating Scale between baseline and 24 hours after dose. We used hidden Markov modeli in order to estimate de probability of response after each esketamine injection. Results - The probability of a patient that was a “non-responder” to become a “responder” following a SC injection of esketamine was 17.30% and the probability that this patient remains a “non-responder” after a dose was 82.70%. The probability of a patient that was a “responder” following an injection of esketamine to remain as a “responder” was 95%. Conclusion - Patients with TRD who had not responded after the first dose of esketamine, still had a chance of responding after the subsequent dose administrated via SC.

Introdução – Conforme demonstrado por diversos ensaios clínico, a administração de múltiplas doses de escetamina apresenta eficácia no tratamento de pacientes com depressão resistente ao tratamento (DRT) unipolar e bipolar. Contudo, a probabilidade de responder ou não depois de cada dose ainda é desconhecida. Este trabalho tem por objetivo estimá-la ao longo de quatro aplicações subcutâneas (SC) de escetamina em pacientes do mundo real. Métodos – Realizamos uma análise retrospectiva de uma série de casos de 70 pacientes diagnosticados com DRT que receberam tratamento oferecido pelo programa de assistência em escetamina da Universidade Federal de São Paulo, entre abril de 2017 e dezembro de 2018. As injeções subcutâneas foram administradas semanalmente na dose de 0.5-1.0 mg/kg, em combinação com os psicotrópicos usados pelos pacientes. Resposta foi definida como a diminuição de pelo menos 50% na pontuação da Montgomery-Åsberg Depression Rating Scale 24 horas após a dose. Utilizamos o modelo oculto de Markov para estimar a probabilidade de resposta depois de cada dose de escetamina. Resultados - A probabilidade de um paciente “não respondedor” se tornar um “respondedor” depois de uma aplicação SC de escetamina foi de 17,30% e a probabilidade deste paciente permanecer como “não-respondedor” após a aplicação foi de 82,70%. A probabilidade de um paciente “respondedor” se manter como “respondedor” foi de 95% após uma injeção de escetamina. Conclusão – Os pacientes com DRT que não haviam respondido à primeira dose de escetamina, ainda apresentavam probabilidade de responder após a dose subsequente, administrada via SC.