Dissertação de mestrado profissional
Simulação clínica na residência médica de Obstetrícia e Ginecologia: uma análise no município de São Paulo
Fecha
2021Registro en:
SIMONE PEREIRA VIDOTTI.pdf
Autor
Vidotti, Simone Pereira [UNIFESP]
Institución
Resumen
INTRODUCTION: A new teaching and learning process has been experienced in medical education. In the past, it was based on the usage of traditional methodologies and, in recent years, on a more contemporary model, based on competencies. Within this context, the adoption of methods that encourage effective student participation is being appreciated. They are defined as active methodologies and one of them is the simulation method. OBJECTIVE: this study investigated the use of Simulation in Internal Medical Residency Programs (IMRP) in Obstetrics and Gynecology (OB/GYN) and, more specifically, it comprehended the role attributed by the supervisors to Clinical Simulation (CS) in the training of residents in Gynecology and Obstetrics in the city of São Paulo (SP); it analyzed the use of Clinical Simulation as a teaching strategy in the training of the tocogynecologist during the Medical Residency; it mapped what could facilitate or hinder the insertion of the Clinical Simulation to the Internal Medical Residency Programs of Obstetrics and Gynecology; it also presented suggestions for improving the use of this type of simulation in these programs. METHODOLOGY: for the development of this study was adopted a qualitative, cross-sectional, exploratory, and descriptive approach. Partially structured interviews were conducted with ten supervisors from the Medical Residency Programs of Obstetrics and Gynecology in the city of São Paulo. The analysis of the interviews was carried out by themes and started from three core concepts: the role of simulation in the Medical Residency Programs of Obstetrics and Gynecology; the context in which the simulations were carried out in these programs; the factors that facilitate and/or hinder the insertion of simulation in programs suggestible to the use of Clinical Simulation. RESULT AND DISCUSSION: regarding the role of simulation in the Obstetrics and Gynecology Medical Residency Programs, in the city of SP, the following categories emerged: a complementary tool for the teaching and learning process; possibility for a safe teaching and learning environment; opportunity to learn from mistakes; support for professional practice committed to patient safety; learning scenario for teamwork; a scenario of reflection on the work process in Gynecology and Obstetrics; favoring decision-making; scenario for evaluative processes in the Medical Residency; and, finally, stimulus for the participation of residents in activities. As for the context of the simulation, it was found: usage in different environments; heterogeneity of insertion of the simulation in the Medical Residency Programs; usage of different types of simulators; and the usage of different strategies to insert the simulation in the curriculum. On the topics that facilitate the usage of Clinical Simulation in the Residency Programs, the following stand out: the Clinical Simulation as part of the institutional project; the existence of a physical structure for teaching; the active involvement of preceptors in the teaching-learning process; and the active participation of residents in the organization of training. As difficulties, the following are mentioned: the inadequate structure for carrying out the Clinical Simulation; the obstacles resulting from public management; the overload of assistance activities; the difficulty in providing training opportunities for all residents in a uniform manner; the distancing between the team that provides the theory and the care practice team; and the absence of private partnerships. FINAL CONSIDERATIONS: the supervisors recognize the Clinical Simulation as a powerful pedagogical tool in the learning process of doctors in Residency Programs of Gynecology and Obstetrics. However, they use the simulation in an incipient way, generally, in the skill training of a medical specialty, which occurs randomly for specific situations. Residents are considered great allies in the organization and development of training with Clinical Simulation. Although some supervisors aim for high-tech mannequins for the development of this type of simulation, it is believed that the main transforming factor is the search for alternatives that only human creativity can provide, which means believing in the human capacity for reinvention, overcoming obstacles, and perseverance to incorporate the use of Clinical Simulation in the Internal Medical Residency Programs of Obstetrics and Gynecology. INTRODUÇÃO: vivencia-se uma mudança no processo de ensino e aprendizagem na educação médica. No passado, era pautado no uso de metodologias tradicionais e, nos últimos anos, em um modelo mais contemporâneo, baseado em competências. Dentro desse contexto, valoriza-se a adoção de métodos que estimulem a participação efetiva do aluno, denominados de metodologias ativas, e, dentre esses, está o método da simulação. OBJETIVO: o presente estudo investigou o uso da Simulação em Programas de Residência Médica (PRM) de Obstetrícia e Ginecologia (GO) e, mais especificamente, apreendeu o papel atribuído pelos supervisores à Simulação Clínica (SC) na formação do residente em Obstetrícia e Ginecologia no município de São Paulo (SP); analisou a utilização da Simulação Clínica como estratégia de ensino na formação do tocoginecologista na Residência Médica; mapeou as facilidades e as dificuldades para a inserção da Simulação Clínica nos Programas de Residência Médica de Obstetrícia e Ginecologia; bem como apresentou sugestões para o aprimoramento do uso desse tipo de simulação nesses programas. METODOLOGIA: adotou-se uma abordagem qualitativa, transversal, de natureza exploratória e descritiva. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dez supervisores dos Programas de Residência Médica de Obstetrícia e Ginecologia do Município de São Paulo. Para a análise das entrevistas foi realizada a análise de conteúdo na modalidade temática e partiu-se de três núcleos: o papel da simulação nos Programas de Residência Médica de Obstetrícia e Ginecologia; o contexto de realização da simulação nesses programas; os fatores facilitadores e/ou dificultadores da inserção da simulação nos programas com sugestões de uso da Simulação Clínica. RESULTADOS: quanto ao papel da simulação nos Programas de Residência Médica de Obstetrícia e Ginecologia, no município de SP, surgiram as seguintes categorias: ferramenta complementar para o processo de ensino e aprendizagem; possibilidade de um ambiente de ensino e aprendizagem seguro; possibilidade de aprendizagem a partir do erro; suporte para prática profissional comprometida com a segurança do paciente; cenário de aprendizagem para o trabalho de equipe; cenário de reflexão sobre o processo de trabalho em Obstetrícia e Ginecologia; favorecimento na tomada de decisão; cenário de processos avaliativos na residência; e, por fim, estímulo à participação dos residentes nas atividades. Quanto ao contexto de realização da simulação, encontrou-se: utilização em diferentes ambientes; heterogeneidade de inserção da simulação nos Programas de Residência Médica; utilização de diferentes tipos de simuladores; e utilização de diferentes estratégias para a inserção curricular da simulação. Quanto às facilidades, salientam-se: a Simulação Clínica como parte do projeto institucional; a presença de estrutura física destinada ao ensino; o envolvimento ativo dos preceptores no processo de ensino e aprendizagem; e a participação ativa dos residentes na organização dos treinamentos. Como dificuldades, citam-se: a estrutura inadequada para realização da Simulação Clínica; os entraves decorrentes da gestão pública; a sobrecarga de atividades assistenciais; a dificuldade para oportunizar o treinamento para todos os residentes de maneira uniforme; o distanciamento entre a equipe que ministra a teoria e a equipe da prática assistencial; e a ausência de parcerias privadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: os supervisores reconhecem a Simulação Clínica como uma ferramenta pedagógica potente no aprendizado dos médicos residentes em Obstetrícia e Ginecologia. No entanto, utilizam a simulação de maneira incipiente, geralmente, em treinamentos de habilidades da especialidade, o que ocorre de maneira pontual e aleatória. Os residentes são considerados grandes aliados na organização e no desenvolvimento dos treinamentos com Simulação Clínica. Apesar de alguns supervisores almejarem por manequins de alta tecnologia para o desenvolvimento desse tipo de simulação, acredita-se que o principal fator transformador seja a busca por alternativas que só a criatividade humana pode trazer, o que significa acreditar na capacidade humana de reinvenção, de superação de obstáculos e de perseverança para, possivelmente, incorporar o uso da Simulação Clínica nos Programas de Residência Médica de Obstetrícia e Ginecologia.