Dissertação de mestrado
Estudo da relação do osso cortical avaliado pela tomografia computadorizada vertebral e biópsia óssea de pacientes com doença renal crônica
Fecha
2020Registro en:
Bittencourt, A.L.M.L. Estudo da relação do osso cortical avaliado pela tomografia computadorizada vertebral e biópsia óssea de pacientes com doença renal crônica. São Paulo, 2020. 64 p. Dissertação (Mestrado em Nefrologia) - Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2020.
Autor
Bittencourt, Amandha
Institución
Resumen
Introdução: O osso cortical, em relação ao trabecular, é pouco estudado no contexto da doença renal crônica (DRC). A biópsia óssea é a ferramenta padrão ouro na avaliação do tecido ósseo, embora seja um método invasivo e de alto custo. A possibilidade de usar uma técnica não invasiva, como a tomografia computadorizada quantitativa das vértebras (QCT) é clinicamente relevante. Objetivo: Investigar a relação entre os parâmetros da QCT e biópsia óssea do osso cortical de pacientes com DRC, assim como avaliar a associação desses parâmetros com os dados bioquímicos e hormonais nessa população. Métodos: Esta é uma análise post hoc de um estudo transversal de pacientes com DRC estágio 2-5ND, submetidos a exames laboratoriais, a tomografia de coronárias, da qual se extraiu a imagem da vértebra torácica, e biópsia óssea de crista ilíaca. As amostras ósseas não-descalcificadas foram analisadas por histomorfometria, utilizando o software Osteomeasure. Os parâmetros histomorfométricos analisados foram: porosidade cortical (%) e espessura cortical (μm). A densidade óssea cortical da QCT foi expressa em Unidades Hounsfield (UH). Resultados: Foram avaliados 50 pacientes assintomáticos, 52 ± 10 anos, 68% homens, 30% diabéticos e com taxa de filtração glomerular estimada de 34±16 mL/min/1,73 m2. A porosidade cortical foi de 4,6% (3,6; 6,6) e a espessura cortical foi de 578,4 ± 151,8μm. A densidade óssea cortical foi de 379,0 UH (344,7;
411,4). A densidade cortical não se correlacionou com a porosidade cortical (p = 0,67) ou a espessura cortical (p =0,32). A porosidade se associou a maiores idades (p=0,02) e PTH (p=0,04), e a menor função renal (p=0,03). A menor espessura se associou ao maior nível de PTH (p=0,02). A menor densidade se associou a maiores idades (p=0,02) e PTH (p=0,03). Conclusão: A densidade cortical medida pela QCT não se associa a parâmetros histomorfométricos estruturais do osso cortical de pacientes nos estágios iniciais da DRC. Por outro lado, os distúrbios bioquímicos e hormonais do metabolismo mineral, presentes nessa fase da DRC, implicam alterações precoces do osso cortical, detectadas por ambos os métodos.