Eficácia e segurança durante monitorização por vídeo-eletroencefalograma em pacientes com epilepsia generalizada genética

Abstract

Video-EEG has been used to characterize genetic generalized epilepsies (GGE). For best performance, sleep recording, photic stimulation, hyperventilation and neuropsychological protocols are added to the monitoring. However, risks and benefits of these video-EEG protocols are not well established. The aim of this article is to analyze the efficacy and safety of a video-EEG neuropsychological protocol (VNPP) tailored for GGE and compare its value with that of routine EEG (R-EEG). We reviewed the VNPP and R-EEG of patients with GGE. We considered confirmation of the clinical hypothesis of a GGE syndrome and characterization of reflex traits as benefits; and falls, injuries, psychiatric and behavioral changes, generalized tonic-clonic (GTC) seizures and status epilepticus (SE) as the main risks of the VNPP. The VNPP of 113 patients were analyzed. The most common epileptic syndrome was juvenile myoclonic epilepsy (85.8%). The protocol confirmed a GGE syndrome in 97 patients and 62 presented seizures. Sleep recording had a provocative effect in 51.2% of patients. The task that showed highest efficacy was praxis (39.3%), followed by hyperventilation (31.3%). Among the risks, 1.8% had GTC seizures and another 1.8%, SE. Eighteen percent of patients had persistently normal R-EEG, 72.2% of them had discharges during VNPP. GTC seizures, myoclonic SE, repeated seizures were the main risks of VNPP present in 6 (5.31%) patients while there were no complications during R-EEG. We conclude that the VNPP in GGE is a useful tool in diagnosis, characterization of reflex traits and is a safe procedure. Its use might preclude multiple R-EEG exams.

O vídeo-eletroencefalograma (vídeo-EEG) tem sido usado para melhor caracterizar as epilepsias generalizadas genéticas (EGG). Com esse intuito, o registro do sono, a ativação por fotoestimulação intermitente, a hiperventilação e o uso de protocolos neuropsicológicos vêm sendo adicionados ao monitoramento. No entanto, os riscos e benefícios desses protocolos de vídeo-EEG não estão bem estabelecidos. O objetivo deste estudo é analisar a eficácia e a segurança de um protocolo neuropsicológico realizado durante o vídeo-EEG (VNPP) para EGG e, após, comparar os resultados com o eletroencefalograma de rotina (EEG-R). Nós revisamos o VNPP e o EEG-R de pacientes com EGG. Consideramos a confirmação da hipótese clínica de uma síndrome EGG e caracterização dos traços reflexos como benefícios; e quedas, lesões, alterações psiquiátricas e/ou comportamentais e a ocorrência de crises tônico-clônica generalizadas (TCG) e estado de mal epiléptico (EME) como os principais riscos do VNPP. Foram analisados os VNPP de 113 pacientes. A síndrome mais comum foi a epilepsia mioclônica juvenil (85,8%). O protocolo confirmou a síndrome EGG em 97 pacientes e 62 apresentaram crises. O registro do sono teve efeito provocativo em 51,2% dos pacientes. As tarefas que envolviam praxia foram as que tiveram maior eficácia (39,3%), seguidas por hiperventilação (31,3%). Entre os riscos, 1,8% pacientes tiveram crises TCG e 1,8% EME. Dezoito por cento dos pacientes tiveram EEG-R persistentemente normal, desses 72,2% tiveram paroxismos epileptiformes interictais durante o VNPP. As crises TCG, os EME e as mioclonias induzidas repetidas, presentes em 6 pacientes (5,31%), foram os principais riscos do VNPP; não houve complicações durante os EEG-R. Concluímos que o VNPP em EGG é um instrumento útil no diagnóstico e na caracterização dos traços de reflexos e é um procedimento seguro. Seu uso pode evitar a realização de múltiplos EEG-R.