Dissertação de mestrado
Estilos parentais, comportamentos de mães e pais em relação à alimentação dos filhos e fatores associados à dificuldades alimentares em crianças
Fecha
2021-05-11Autor
Hasbani, Evelin Czarny [UNIFESP]
Institución
Resumen
Objetivo: Identificar estilos parentais, comportamentos de pais e mães em relação à
alimentação dos filhos e fatores associados à percepção dos responsáveis sobre
dificuldades alimentares (DA) nas crianças, investigar diferenças conforme o sexo dos
responsáveis e avaliar casais. Método: Estudo transversal quantitativo realizado com
396 responsáveis (pais ou mães) por crianças de 1 ano e 6 meses a 8 anos e 11
meses no pronto atendimento de um hospital infantil particular em São Paulo. Dados
referentes aos estilos parentais na alimentação e comportamentos em relação à
alimentação dos filhos foram avaliados por instrumentos validados para população
brasileira e variáveis sociodemográficas, dados das crianças, dos pais e mães e
práticas de rotina na alimentação por questionário semiestruturado. A pesquisa foi
autopreenchida em plataforma online. Foram realizadas análises descritivas e utilizouse
teste de Qui-quadrado, teste t de Student e Mann-Whitney. A associação entre as
variáveis foi testada pela Regressão Logística e concordância entre casais pela
estatística Kappa. Considerou-se nível de significância inferior a 5% (p<0,05).
Resultados: A amostra dos artigos 1 e 2 (N=333) foi composta majoritariamente por
indivíduos brancos (80%), com alto nível de escolaridade (49%), renda familiar
superior a 10 salários-mínimos (46,2%). 1) A prevalência de DA relatada pelos
responsáveis foi 26,4% (N=88). As crianças apresentaram média de idade 3,5±1,7,
sendo maioria do sexo masculino (51,4%) e eutróficas (72,3%). O estilo parental
permissivo foi o mais frequente (44,8%) seguido do controlador (24,7%), responsivo
(23,8%) e não envolvido (6,7%). Identificou-se como fatores associados à percepção
de DA, crianças do sexo feminino, responsáveis com diagnóstico de depressão e
histórico de DA e o comportamento de oferta de muitas opções alimentares. A criança
compartilhar o cardápio familiar e a prática de estabelecer limites para guloseimas se
associaram inversamente à DA. Responsáveis com estilos permissivos e não
envolvidos apresentaram chances diminuídas de relatar a DA nos filhos. 2) O estilo
permissivo foi o mais prevalente entre pais e mães (44,8%), sendo mais frequente nas mães (47,6%), comparado aos pais (38,6%), assim como o estilo responsivo
(mães=25,6%; pais=19,8%). Pais apresentaram maior frequência o estilo controlador
(30,7%) e não envolvido (10,9%) (mães=22%; 4.9%). Práticas responsivas e
permissivas foram ressaltadas entre as mães, assim como maior número de refeições
semanais compartilhadas com as crianças e diferenças no status de trabalho. 3) Entre
casais (N=58), no artigo 3, identificou-se variação do grau de concordância das
repostas sobre estilos parentais, rotinas na alimentação e percepção de DA. A oferta
de refeições especiais foi ressaltada entre mães. Entre 17 crianças que foram
apontadas com DA pelos seus responsáveis, 7 casais foram consonantes quanto à
queixa, enquanto 10 casais apenas um dos responsáveis apontou problemas. Um
casal formado por mães apresentou estilos parentais e frequência de comportamentos
distintos. Conclusão: Aspectos relacionados às crianças, aos estilos parentais,
comportamentos na alimentação e fatores dos pais e mães foram associados à
percepção de DA nas crianças indicando associações positivas e negativas. Além
disso, observou-se similaridades e diferenças relacionadas ao sexo dos responsáveis,
à concordância entre as respostas de casais para percepção de DA, estilo parental e
práticas de rotina na alimentação dos filhos. Objective: To identify fathers and mother’s feeding styles’, mealtime behaviour in a
child-feeding context and factors associated with parental perception of feeding
difficulties (FD) in children and to investigate parents’ sex differences related to feeding
styles and mealtime behaviour in a child-feeding context as well to verify the agreement
of couple’s responses. Method: Cross-sectional study with 396 caregivers of children
ranging from 1 year and 6 months to 8 years and 11 months recruited in the waiting
room at a private children hospital in São Paulo, Brazil. Feeding styles and parents’
mealtime behaviour were evaluated through validated instruments to the Brazilian
population while sociodemographic, parents and children details and meal routines
were assessed by a semi-structured questionnaire. All queries were answered through
online self-administered platform. Descriptive analyses were performed, and ChiSquare test, T-Student test and Mann-Whitney were used to evaluate differences
among variables. Logistic regression models were applied to assess the associated
factors and kappa statistic to verify couples’ responses. Significance level below 5%
(p<.005) was considered. Results: The sample of articles 1 and 2 (N=333) was
composed mostly by white individuals (80%), with high scholarship levels (49%) and
income above 10 minimum wages (46,2%). 1) The prevalence of FD according to
parents’ perception was 26,4% (n=88). Children’s average age was 3,5±1,7 years old,
in which 51,4% were boys and eutrophic (72,3%). The indulgent parent style was more
frequent (44.8%), followed by authoritarian (24.7%), authoritative (23.8%) and
uninvolved (6.7%). The associated factors with parents’ perception of FD were female
children, parents with depression diagnosis, FD history, and many food choices
behaviour’s domain. Furthermore, the child’s consumption of family meal (OR= 0.45;
CI95%=0.21-0.95) and setting snack limits (OR= 0.46; CI95%=0.24-0.87) were
inversely associated with FD. Indulgent or uninvolved styles were less likely to notice
FD in their children. 2) The most prevalent parents’ feeding style was indulgent (44.8%)
and mothers presented greater frequency (47,6%) compared to fathers (38.6%) as well
as for the authoritative style (mothers=25.6%; fathers=19.8%). The fathers had greater
xi
frequency of authoritarian style (30.7%) and uninvolved (10.9%) in comparison to
mothers respectively (22%; 4.9%). The mothers presented responsive and permissive
mealtime behaviour and greater number of shared meals with children and a difference
was found in the parents’ working status. 3) Different levels of agreement were found
in couple’s (N=58) responses on article 3. Greater values of special meals domain
were observed among mothers. Considering 17 children identified with FD, 7 couples
were consonant about the complaint and in 10 couples, only one of the caregivers
pointed out the problem. The couple formed by mothers presented different feeding
styles and frequencies of mealtime behaviour and use of distractions during mealtime.
Conclusion: The results allowed to identify children’s and parents’ aspects as well as
feeding styles and parents’ mealtime behaviour associated with parents’ perception of
FD, showing positive and negative relations. Furthermore, it was observed similarities
and differences according to parents’ sex and levels of agreement among couples.