Trabalho de conclusão de curso
O despertar no Ocidente: teorias raciais e a imigração chinesa no Brasil no século XIX
Fecha
2014Registro en:
CRAVEIRO, Thaís. O despertar no Ocidente: teorias raciais e a imigração chinesa no Brasil no século XIX. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em História) – Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, 2014.
MONOGRAFIAPDF.pdf
Autor
Craveiro, Thaís [UNIFESP]
Institución
Resumen
The Chinese immigration in Brazil began in the nineteenth century, during the 1810s, and was in Rio de Janeiro in 1814, about 500 Chinese coming from Macau, and were destined to the Botanical Garden, the Fazenda Santa Cruz, and at Governor's Island, for the cultivation of tea; product that became popular in Europe during the end of eighteenth century and throughout the nineteenth century. This experiment resulted in failure; tea produced in Brazil was of poor quality, and the Chinese have not adapted to working conditions. Decades later with the end of slavery, returned to the immigration discussion the possibility of coming of Chinese under the condition of temporary workers, immigrants to only supply the momentary shortage of manpower, and return to China after some years of work in Brazil. The Chinese would work here so far that could bring European immigrants as permanent solution to the lack of manpower, and to populate and "whiten" Brazil. In the 1870s, debates about the coming of Chinese immigrants returned, became the most controversial and most widespread in the media through newspapers and magazines. What this research aims to analyze is the reason why Chinese immigration was not approved for government projects of the era as a solution to the problem of shortage of manpower, and to be part of the Brazilian population. For this I will talk about the influence that racial theories developed in Europe during the nineteenth century had on the intellectual, political, and Brazilian doctors who considered Africans and Asians racially inferior to Europeans, and therefore, would not serve to free labor in Brazil after slavery, and even less to do part of the Brazilian people. A imigração chinesa no Brasil teve início no século XIX, durante a década de 1810, e recebeu no Rio de Janeiro no ano de 1814, aproximadamente 500 chineses vindos de Macau, e que foram destinados ao Jardim Botânico, à Fazenda de Santa Cruz, e à Ilha do Governador, para o cultivo do chá; produto que se tornou popular na Europa durante o final do século XVIII, e por todo o século XIX. Esta experiência resultou em fracasso; o chá produzido no Brasil era de má qualidade, e os chineses não se adaptaram às condições de trabalho. Décadas mais tarde com o fim da escravidão, retornaram às discussões imigratórias a possibilidade da vinda de imigrantes chineses sob a condição de trabalhadores provisórios, para somente suprir a momentânea escassez de mão-de-obra, e retornarem à China, depois de alguns anos de trabalho no Brasil. Os chineses aqui trabalhariam até o momento que se conseguisse trazer imigrantes europeus, como solução definitiva para a falta de mão-de-obra, e para povoar e “branquear” o Brasil. Na década de 1870, os debates acerca da vinda de imigrantes chineses retornaram, tornaram-se mais polêmicos e mais difundidos na imprensa através dos jornais e revistas. O que esta pesquisa pretende analisar é a razão pela qual a imigração chinesa não foi aprovada nos projetos do governo da época como solução para o problema da escassez de mão-de-obra, e para constituir parte da população brasileira. Para isso, dissertarei sobre a influência que as teorias raciais desenvolvidas na Europa durante o século XIX tiveram sobre os intelectuais, políticos, e médicos brasileiros, que consideravam os africanos e os asiáticos racialmente inferiores aos europeus, e que, portanto, não serviriam para o trabalho livre no Brasil pós-escravidão, e menos ainda para fazer parte do povo brasileiro.