Memória de formação: vulnerabilidade social vivida no processo formativo em Psicologia numa Universidade pública

Abstract

A vulnerabilidade social é fruto das desigualdades sociais construídas ao longo da história do Brasil e produz impactos nas oportunidades de acesso em diversos âmbitos da vida. Esse contexto refletiu e ainda reflete no ensino superior, a priori construído para a elite branca brasileira. Nas instituições federais de ensino superior, mesmo diante da criação das políticas públicas afirmativas e de permanência estudantil, conquistadas através do Movimento Negro e a Luta coletiva com o objetivo de romper lógicas racistas e discrminátórias, instaurando um capitulo novo na busca por maior democracia de acesso e permanência no ensino superior público federal, as(os) estudantes ainda sentem na pele as barreiras presentes do início ao fim da graduação, gerando impactos na subjetividade e saúde mental. Este trabalho propõe um um memorial de formação (auto) biográfico, a partir da experiência vivida pela autora e estudante de graduação do curso de Psicologia da Universidade Federal de São Paulo, no Campus Baixada Santista, no período de 2018 a 2023, com o objetivo de instigar reflexões a respeito dos processos de permanência de estudantes de baixa renda e os modos de produção de subjetividades e seus reflexos na saúde mental diante de um contexto de vulnerabilidade social que permeia o seu período de formação. Se faz reiterar os impactos negativos sofridos por essas políticas, diante das negligências do governo de extrema direita que esteve em posse no mandato anterior. E por fim vindicar por mais um novo capítulo na história do Brasil, que garanta a revisão da Políticas de cotas, até então prevista para agosto de 2022 e pela criação de uma Políticas de Saúde Mental da ambito Nacional que garanta o fortalecimento e o cuidado com as(os) graduandas(os), em especial para o estudantes que vivenciam as barreiras da vulnerabilidade social.

Social vulnerability is the result of social inequalities built throughout Brazil's history and produces access opportunities in different areas of life. This context reflected and still reflects on higher education, a priori built for the Brazilian white elite. In federal institutions of higher education, even in the face of the creation of affirmative public policies and student permanence, conquered through the Black Movement and the Collective Struggle with the objective of breaking racist and discriminatory logics, establishing a new chapter in the search for greater democracy of access and remaining in federal public higher education, the students still feeling in their skin the barriers present from the beginning to the end of the competition, generating impacts on subjectivity and mental health. This work proposes a memorial of (auto)biographical training, based on the experience lived by the author and a graduate student of the Psychology course at the Federal University of São Paulo, at Campus Baixada Santista, from 2018 to 2023, with the aim of instigate reflections on the permanence processes of low-income students and the modes of production of subjectivities and their reflections on mental health in the face of a context of social vulnerability that permeates their training period. The negative effects suffered by these policies are reiterated, given the negligence of the far-right government that was in office in the previous term. And finally, to vindicate for another new chapter in the history of Brazil, which guarantees the revision of the Quota Policies, until then scheduled for August 2022, and for the creation of a National Mental Health Policy that guarantees the strengthening and care of graduates, especially for students who experience barriers of social vulnerability.