Tese de doutorado
Pequenos nódulos vistos na radiografia torácica digital: podemos predizer benignidade?
Fecha
2022-12-15Registro en:
MISSRIE, Israel . Pequenos nódulos vistos na radiografia torácica digital: podemos predizer benignidade? 2023. 56 f. Tese (Doutorado em Radiologia Clínica) - Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, 2023.
Autor
Missrie, Israel [UNIFESP]
Institución
Resumen
Objetivo: Determinar a porcentagem dos pequenos nódulos pulmonares identificados na radiografia torácica digital (RTD) que correspondem a nódulos calcificados ou achados falso positivos através da tomografia computadorizada (TC) e avaliar o desempenho da RTD comparada à TC quanto à caracterização de calcificação nos nódulos identificados em ambos os exames. Métodos: Foram avaliados 227 pacientes que realizaram suas RTD e TC do tórax com intervalo inferior a 6 meses entre os exames e que tiveram pelo menos um nódulo detectado na radiografia. As imagens foram examinadas por um integrante de um grupo de nove radiologistas torácicos, que avaliaram a primeiramente as RTD em relação à presença, dimensões, calcificação e a confiança (alta ou baixa) do achado de nódulo pulmonar. Depois de avaliar a RTD, o mesmo radiologista avaliou as imagens da TC quanto à presença de nódulos, dimensões e calcificação. O padrão de calcificação foi caracterizado como benigno (difuso, central, “em pipoca” ou laminado) ou indeterminado (excêntrica, puntiforme). Quando o nódulo não estava presente na TC, o leitor considerou o caso como falso positivo (FP) e então apresentou sua opinião quanto a causa do achado na RTD (lesão cutânea, alteração óssea, imagem vascular, etc). Resultados: Em 207 indivíduos foram identificados 213 nódulos na RTD, dos quais 32,4% não apresentaram correspondência na TC, sendo considerados falsos-positivos (FP). As causas mais frequentes para os FP foram imagens formadas por vasos pulmonares (53,6%), alterações ósseas (30,4%), e lesões cutâneas (13%). Dentre os nódulos menores que 6 mm detectados através das RTD, 89 de 133 (66,9%) apresentavam calcificação benigna na TC. Tal porcentagem foi menor nos nódulos maiores ou iguais a 6 mm, dos quais apenas 33 de 80 (41,2 %) tinham calcificação à TC. Dentre todos os nódulos menores que 6 mm detectados na RTD, 94,7% ou estavam calcificados ou não foram confirmados na TC em comparação com 81,2% para aqueles maiores ou iguais a 6 mm (p <0,001). Conclusão: O presente estudo demonstrou que quase a totalidade (94,7%) dos nódulos pulmonares menores que 6 mm identificados na RTD representam achado benigno ou falso-positivo na TC, questionando a necessidade da investigação adicional deste achado radiográfico. AIM: To determine the percentage of small pulmonary nodules identified on digital chest radiography (DCR) that correspond to calcified nodules or false positive findings by computed tomography (CT) and to evaluate the performance of CR compared to CT in terms of characterizing calcification in nodules identified in both exams. METHODS: A total of 227 patients who had their DCR and chest CT performed with an interval of less than 6 months between the exams and who had at least one nodule detected on the digital radiography. The images were evaluated by one of a group of nine thoracic radiologists, who first evaluated the DCR towards the presence, dimensions, calcification and confidence (high or low) of the finding of a pulmonary nodule. After evaluating the DCR, the same radiologist evaluated the CT images for the presence of nodules, dimensions, and calcification. The calcification pattern was characterized as benign (diffuse, central, “popcorn” or laminated) or indeterminate (eccentric, punctate). When the nodule was not present on CT, the reader considered the case as a false positive (FP) and then presented his opinion as to the cause of the finding on DCR (skin lesion, bone alteration, vascular image, etc). RESULTS: Among 207 individuals, 213 nodules were identified on the DCR, 32.4% of which did not were not found on CT, being considered false positives (FP). The most frequent causes for FP were images formed by pulmonary vessels (53.6%), bone findings (30.4%), and skin lesions (13%). Among the nodules smaller than 6 mm detected on radiographs 89 out of 133 had benign calcification on CT (66.9 %). This percentage was lower in nodules greater than or equal to 6 mm, among which only 33 of 80 (41.8 %) had calcification on CT. Among all nodules smaller than 6 mm detected on DCR, 94.7% either were calcified or unconfirmed on CT, compared to 41.2 % for those larger or equal to 6 mm (p < 0.001). CONCLUSION: The present study showed that almost all (94.7%) of pulmonary nodules smaller than 6 mm identified on CR represent a benign or false-positive finding on CT, questioning the need for further investigation of this radiographic finding.