Tese de doutorado
Relação da ascensão matinal da pressão arterial com a hipertrofia ventricular esquerda em hipertensos obesos
Fecha
2021-12-01Registro en:
PALMEIRA, N.G.F. Relação da ascensão matinal da pressão arterial com a hipertrofia ventricular esquerda em hipertensos obesos. São Paulo, 2021, 80 f. Tese (Doutorado em Cardiologia) - Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2021.
Autor
Palmeira, Natascha Gonçalves Francisco [UNIFESP]
Institución
Resumen
Introdução: A ascensão matinal da pressão arterial (AM) é dada pela diferença entre a pressão sistólica matinal (caracterizada pela média dos níveis pressóricos nas primeiras duas horas após o despertar) e a menor pressão sistólica durante o sono (definida pela média da pressão mais baixa e das pressões imediatamente antes e após a mais baixa do sono). É um fenômeno fisiológico e quando elevada é considerado um fator de risco independente para eventos cardiovasculares. Objetivo: Avaliar a relação da AM com a hipertrofia ventricular esquerda (HVE) em hipertensos obesos [Índice de massa corpórea (IMC) > 30 kg/m2]. Métodos: Este estudo retrospectivo avaliou as medidas da pressão arterial (PA) por meio da monitorização ambulatorial da pressão arterial de 24 horas (MAPA) e as medidas da massa ventricular esquerda (MVE) pelo ecocardiograma (ECO), realizados em hipertensos em tratamento ambulatorial no setor de Cardiopatia Hipertensiva da Universidade Federal de São Paulo. Foram incluídos consecutivamente 203 pacientes separados em dois grupos definidos pelo IMC: [grupo (1) não obesos, n=109]; [grupo (2) obesos, n=94]. Resultados: A mediana de idade nos dois grupos não foi significativamente diferente. No grupo 1, 59,3% (n=54) tiveram AM >20 mmHg e no grupo 2 40,6% (n=37), p=0,001. A presença da HVE foi de 25,6% (n=20) nos não obesos e de 74,3% (n=58) nos obesos, p=0,001. As médias das pressões sistólicas e diastólicas no período de 24 horas, na vigília e no sono nos obesos, com ou sem HVE, não foram diferentes, p >0,05. No grupo 1, o descenso do sono (DS) presente (queda da PA no sono > 10%) correspondeu a 73% (n= 27) desta população com AM > 20 mmHg, p=0,02, em contrapartida, no grupo 2, 66,7% (n = 36) tiveram DS presente e AM > 20 mmHg, p=0,03. Na associação da porcentagem do DS, com AM > 20 mmHg e a presença de HVE, no grupo 1 não houve significância estatística, p=0,80. Na regressão logística binária para a análise multivariada, a AM elevada nos hipertensos obesos foi associada a uma chance de 2,8 vezes com a presença de HVE [OR=2,8; IC 95%= (1,12 – 6,98) p=0,023]. Conclusão: A intensidade da AM associou-se positivamente com a HVE nos hipertensos obesos. Introduction: Morning blood pressure surge (MBPS) rise is due to the difference between morning systolic pressure (characterized by mean blood pressure in the first two hours after awakening) and lower systolic pressure during sleep (defined by the mean lower pressure and pressures immediately before and after the lowest sleep). It is a physiological phenomenon and when elevated is considered an independent risk factor for cardiovascular events. Objective: To evaluate the relationship of AM with left ventricular hypertrophy (LVH) in obese hypertensive patients [Body mass index (BMI) > 30 kg/m2]. Methods: This retrospective study evaluated blood pressure (BP) measurements by ambulatory 24-hour blood pressure monitoring (ABPM) and measurements of left ventricular mass (LVM) by echocardiogram (ECO) performed in hypertensive patients undergoing outpatient treatment in the Hypertensive Heart Disease sector of the Federal University of São Paulo. We were consecutively included in 203 patients separated into two groups defined by BMI: [group (1) non-obese, n=109]; [group (2) obese, n=94]. Results: The median age in both groups was not significantly different. In (group 1), 59,3% (n=54) had MBPS >20 mmHg and in (group 2) 40, 6% (n=37), p=0.001. The presence of LVH was 25,6% (n=20) in non-obese patients and 74,3% (n=58) in obese patients, p=0,001. The mean systolic and diastolic measurements of the 24-hour period, wakefulness and sleep in obese patients, patients or not with LVH, were not different, p >0,05. In group 1, dipper (SD) present (dipper in sleep > 10%) corresponded to 73% (n= 27) of this population with MBPS > 20 mmHg, p=0,02, otherwise, in group 2, 66,7% (n = 36) had SD present and MBPS > 20 mmHg, p=0,03. In the association of the SD classification, with MBPS > 20 mmHg and the presence of LVH, in group 1 there was no significance, p=0,80. In binary logistic regression for multivariate analysis, we identified that high MBPS in obese hypertensive patients was associated with 2,8 times more likely to have LVH [OR=2.8; IC 95%= (1.12 - 6.98) p=0,023]. Conclusion: MBPS intensity was positively associated with LVH in obese hypertensive patients.