Trabalho de conclusão de curso de graduação
Análise da Toxicidade dos Sedimentos Impactados por Petróleo na APA Costa dos Corais, AL
Fecha
2022-02-10Registro en:
VALIÑO, Layra Alanis. Análise da Toxicidade dos Sedimentos Impactados por Petróleo na APA Costa dos Corais, AL. 2022. 29 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar) - Instituto do Mar, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2022.
Autor
Valiño, Layra Alanis [UNIFESP]
Institución
Resumen
Eventos de derramamento de petróleo no mar vêm se tornando acontecimentos frequentes devido à alta exploração deste recurso na costa brasileira. O acidente de 2019, em que manchas de óleo começaram a surgir misteriosamente pelo litoral nordestino e se espalharam por cerca de 2.200 quilômetros do território costeiro brasileiro, é mais um desses acontecimentos. Com mais de 5.000 toneladas recolhidas desse material, gerou-se um enorme impacto ambiental, como também social e econômico, visto que afetava todos aqueles que utilizavam dos recursos marinhos. Dentre as áreas atingidas, temos 30 Unidades de Conservação (UCs), sendo a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, localizada entre os estados de Pernambuco e Alagoas, de extrema importância. Esta é a segunda maior APA marinha brasileira com a segunda maior barreira de corais e, segundo a WWF Brasil, é a UC onde fora encontrado maior número de pontos de contaminação. É composta por estuários, lagunas, manguezais, restingas, rios, praias, costões rochosos e recifes de coral, pontos que a fazem se tornar um ecossistema de alta relevância socioambiental e, consequentemente, interessante para ser avaliada e monitorada. Por tanto, este trabalho apresenta como objetivo analisar a toxicidade dos sedimentos impactados pelo vazamento de petróleo ocorrido em 2019 na APA Costa dos Corais, após transcorridos 2 anos. Os sedimentos foram coletados durante o mês de novembro de 2022 em pontos próximos ao município de Japaratinga (AL), e analisados por meio do ensaio de toxicidade crônica de curta duração empregando o desenvolvimento embriolarval do ouriço do mar Echinometra Lucunter. Os ensaios toxicológicos não evidenciaram toxicidade crônica, ao contrário do que ocorreu com as mesmas amostras coletadas em 2019, as quais foram todas tóxicas aos embriões. Esses resultados sugerem que a área está restabelecendo sua boa qualidade ambiental após 2 anos do evento de contaminação. Futuras análises químicas, ecológicas e ecotoxicológicas devem ser realizadas para corroborar com essa hipótese e providenciar um melhor diagnóstico ambiental da região. Oil spill events at sea have become frequent events due to the high exploitation of this resource on the Brazilian coast. The 2019 accident, in which oil slicks mysteriously appear along the northeast coast and spread over about 2,200 kilometers of Brazilian coastal zone, is another such event. With more than 5,000 tons of this material collected, it generated enormous economic and socio environmental impacts, since it affected all those who used marine resources. Among the affected areas, we have 30 Conservation Units and the Environmental Protection Area (EPA) Costa dos Corais, located between the states of Pernambuco and Alagoas.. This is the second largest Brazilian marine APA with the second largest barrier reef and, according to WWF Brazil, it is the UC where the largest number of contamination points were found. It is composed of estuaries, lagoons, mangroves, sandbanks, rivers, beaches, rocky shores and coral reefs, characteristics that make it an ecosystem of high socio-environmental relevance and, consequently, interesting to be evaluated and monitored. Therefore, this work aims to analyze the toxicity of sediments impacted by the oil spill that occurred in 2019 in the APA Costa dos Corais, after 2 years. The sediments were collected during the month of November 2022 at sites close to the municipality of Japaratinga (AL), and analyzed by means of the short-term chronic toxicity test employing the embryolarval development of the sea urchin Echinometra lucunter. Biological assays did not show chronic toxicity, contrary to what happened with the same samples collected in 2019, which were all toxic to embryos. These results suggest that the area is restoring its good environmental quality 2 years after the contamination event. Future chemical, ecological and ecotoxicological analyzes should be carried out to corroborate this hypothesis and provide a better environmental diagnosis of the region.