Análise das diferenças regionais e tendências temporais das infecções pelos virús HAV, HBV e HCV baseada em sistemas de informação em saúde

Abstract

Introduction: Viral Hepatitis constitute a worldwide public health concern. Different institutions points to the increase of burden associated with these infections, specially chronic infections. Therefore, the development of health information systems is part of the efforts to control these infections until 2030, as proposed by WHO (World Health Organization). Methods: Analysis of hepatitis A, B and C reported cases from 2007 to 2018, searching for different patterns of population distribution of cases in Brazil and its regions, in addition to temporal trends of reported cases. Results: Hepatitis A: The notification decreased from 2007 to 2018 with AAPC of - 17,5% (95% CI, -22,3% to -12,4%). However, in 2016, 2017 and 2018 an increase in male cases between 20 and 39 years occur in the Southeast region. In addition, reported cases of North, Northeast and Central-West regions are 10 years younger in comparison to the cases of South and Southeast regions. Hepatitis B: The notification of acute cases decreased from 2007 to 2018, with AAPC of -5,3% (95% CI, -9,9% to -0,4%), while the notification of chronic and resolved cases remained stable. In chronic cases above 40 years, the notification of chronic cases increased. Regional analysis shows that in North, Northeast and Central-West regions notification of cases occurs earlier in life, especially female cases. Hepatitis C: The notification of Hepatitis C cases increased from 2007 to 2018, with AAPC of 3,8% (95% CI, 0,9% to 5,6%), while Viremic cases remained stable. In North, Northeast and Central-West regions, cases notification of cases occurs about 6 years earlier than South and Southeast regions. Conclusion: The analysis of SINAN reported cases can identify changes in population dynamics of viral hepatitis cases and regional differences that helps with strategic planning of control measures.

Introdução: As hepatites virais são um problema de saúde pública mundial. As últimas décadas apontam para o aumento da morbidade e mortalidade associadas a estas infecções, principalmente às formas crônicas. Sendo assim, a OMS definiu estratégias para o controle destas infecções até 2030. Entre elas está o desenvolvimento de sistemas de vigilância que auxiliem na identificação de padrões populacionais da distribuição dos casos. O objetivo deste trabalho é analisar os casos notificados de Hepatites Virais A,B e C, gerando informação que auxilie no planejamento estratégico de medidas de controle. Métodos: Os casos de Hepatite A, B e C notificados entre 2007 e 2018 ao SINAN foram analisados, buscando padrões na distribuição de casos no Brasil e suas regiões. Também foi analisada a evolução da notificação de casos no mesmo período. Resultados: Hepatite A: Houve queda na notificação de casos de Hepatite A em todos os grupos etários entre 2007 e 2018 com Averaged Anual Percentage Change (AAPC) de -17,5% (IC 95% de -22,3% a -12,4%). No entanto, em 2016, 2017 e 2018 houve aumento na notificação de homens entre 20 e 39 anos na região Sudeste. Além disso, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a média de idade dos casos notificados é 10 anos menor que nas regiões Sudeste e Sul. Hepatite B: A notificação dos casos agudos diminuiu entre 2007 e 2018, com AAPC de -5,3% (IC 95% de -9,9% a -0,4%) enquanto nos casos crônicos e resolvidos permaneceu constante. No entanto, nos grupos etários acima de 40 anos houve aumento na notificação de casos crônicos. A análise por regiões mostra que no Norte, Nordeste e Centro-Oeste os casos são notificados mais cedo, diferença maior para o gênero feminino. Hepatite C: A notificação de casos de Hepatite C aumentou entre 2007 e 2018, enquanto a de casos Virêmicos permaneceu constante. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste os casos são notificados até 6 anos antes que na região Sul e Sudeste. Conclusões: Através dos registros do SINAN é possível se identificar mudanças na dinâmica populacional das hepatites virais assim como diferenças regionais, utilizando-se técnicas de análise adequadas, auxiliando no planejamento estratégico de medidas de controle destas infecções.