A guerra como experiência transformadora: André Rebouças e a Guerra do Paraguai

Abstract

The Paraguayan War appears, in studies on the Brazilian Empire, as a turning point, of tension between two dynamics that permeate the History of the Second reign. This work aims, from the analysis of the experience of Guerra of the Bahian Engineer, and mulatto, André Rebouças, to approach the experience in its entirety. War is a moment of crisis, in its multiple meanings, and the relationship between this event, in Rebouças' intellectual trajectory, is our starting point. So that we will try to reconstruct the experience from his Diary, and thus, comparing with the bibliography on the period, to point out how the author is inserted in the conflict, and from this insertion, it constitutes a narrative. This narrative is the result of a conjuncture, which maintains relationships with central institutions of the second reign, such as clientelism; and with points, such as his condition as a mulatto, which are particular to him, however, they are also guided by the same institutions. This singular condition of André Rebouças, as a literate mulatto within the elite, configures an instigating theme for historical investigation. And his stay in the Paraguayan War deserves due attention.

A Guerra do Paraguai aparece, nos estudos sobre o Império Brasileiro, como um ponto de virada, de tensão entre duas dinâmicas que perpassam a Historia do Segundo reinado. Este trabalho visa, a partir da análise da experiência de Guerra do Engenheiro baiano, e mulato, André Rebouças, abordar a experiência na sua totalidade. A guerra é um momento de crise, nas suas múltiplas acepções, e a relação deste evento, na trajetória intelectual de Rebouças, é o nosso ponto de partida. De modo que buscaremos reconstruir a experiência a partir de seu Diário, e assim, cotejando com a bibliografia sobre o período, apontar como o autor se insere no conflito, e a partir desta inserção, constitui uma narrativa. Essa narrativa é fruto de uma conjuntura, que guarda relações com instituições centrais do segundo reinado, como o clientelismo; e com pontos, como sua condição de mulato, que lhe são particulares, porém, também são pautadas pelas mesmas instituições. Essa condição singular de André Rebouças, de um Mulato letrado no seio da elite, configura um instigante tema para a investigação histórica. E a sua estada na Guerra do Paraguai, merece a devida atenção.