Trabalho de conclusão de curso de graduação
Investigação da presença de mutações de resistência à terapia antirretroviral em amostras de HIV obtidas de pacientes virgens de tratamento e recém diagnosticados de diferentes estados do Brasil
Fecha
2023-07-11Autor
Neri, Mariana Pereira [UNIFESP]
Institución
Resumen
O primeiro indício mundial de detecção do vírus causador da imunodeficiência adquirida, feito em 1981 em Los Angeles, no estado da Califórnia, instalou no mundo um alerta quanto à emergência de um novo vírus circulante até então não muito conhecido, capaz de provocar disfunção imunológica crônica e progressiva no organismo daqueles que são infectados. Desde o primeiro caso reportado até os dias atuais, o HIV-1 mostrou-se responsável por inúmeras mortes no Brasil e no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o vírus da imunodeficiência humana está relacionado a números superiores aos de 35 milhões de mortes mundiais até o momento, no entanto, apesar da gravidade relacionada à doença, alguns aspectos como o acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento, tornaram a infecção pelo vírus uma condição crônica e gerenciável. Atualmente, o tratamento padrão para a doença baseia- se em uma combinação de medicamentos, conhecida como terapia antirretroviral (TARV), que possui como alvo as proteínas virais: protease, transcriptase reversa e integrase, as quais participam de processos de maturação, replicação, assim como integração do genoma viral ao genoma humano. Apesar da terapia medicamentosa se mostrar um tanto quanto eficiente, o surgimento de vírus mutados e resistentes apresenta-se como uma das grandes dificuldades quanto ao tratamento dos pacientes infectados. Dentro desse contexto, o presente estudo teve como objetivo a análise de amostras de sangue de pacientes virgens de tratamento, onde possíveis mutações virais pudessem ser verificadas, sendo necessária a realização de técnicas de extração de DNA, seguida de amplificação a partir de PCR Nested, purificação dos produtos obtidos, além de sequenciamento e análise de dados. Os resultados nos permitiram detectar mutações de resistência em pacientes virgens de tratamento em todas as regiões brasileiras, além de aspectos quanto à prevalência na circulação do subtipo B no Brasil, exceto na região Sul do país, onde verificou-se predominância do subtipo C, havendo também análise de caráter social, culminando na determinação do perfil sociodemográfico do indivíduo portador do HIV-1, onde constatou-se maior recorrência da infecção em homens não brancos com idade média de 36 anos.