Dissertação
Sabina Spielrein (1885-1942): uma análise histórica de sua vida e obra no contexto das mulheres na psicanálise
Fecha
2019-03-20Autor
Rocha, Luana Fonseca da Silva
Rocha, Luana Fonseca da Silva
Institución
Resumen
O presente trabalho se insere na História das Ciências da Saúde, em particular das chamadas ciências PSI (psicologia, psiquiatria e psicanálise). Em uma tentativa de compreender a invisibilidade das mulheres na historiografia da ciência, o objetivo desta pesquisa será analisar a vida e obra de Sabina Spielrein, do período de 1911 a 1942, ou seja, ano de sua formatura em medicina ao seu falecimento. A formatura de Sabina, neste caso, nos interessa, pois este marcou o início da cura do sintoma, que desenrolou de uma cura do sintoma para o engajamento intelectual e clínico com a psicanálise, com a psiquiatria e com a psicologia. Sabina, no primeiro momento, paciente diagnosticada com histeria, internada no ano de 1904, no Hospital Burghölzli, na Suíça, tornou-se no ano de 1911 médica e desde então passou a atuar como psiquiatra, psicanalista e depois como psicóloga infantil. Russa, judia, mulher em um ambiente predominantemente masculino, Sabina foi por vezes excluída e deixada às margens por alguns de seus pares. No entanto, o seu trabalho influenciou autores de grande representatividade como Sigmund Freud (1856-1939), Carl Gustav Jung (1875-1961), Jean Piaget (1896-1980) e Lev Vygotsky (1896-1934). A análise da história das mulheres na psicanálise é extremamente interessante, pois esta resgata não apenas como as mulheres são retratadas na maioria das vezes pelo discurso tradicional da história das ciências; esta por sua vez narrada a partir um viés androcêntrico, mas em uma narrativa onde as mulheres aparecem como produtoras de um saber, neste caso, o saber psicanalítico. O palco deste trabalho será Viena, local onde a psicanálise foi criada pelo médico austríaco Sigmund Freud, ainda no ano de 1902, mas também nos locais onde Sabina Spielrein atuou. ABSTRACT- The present work is inserted in the History of Medicine, in particular of the so-called PSI sciences (psychology, psychiatry and psychoanalysis). In an attempt to understand the invisibility of women in the historiography of science, the aim of this research will be to analyze
the life and work of Sabina Spielrein, from 1911 to 1942, that is, from the year of her graduation in medicine up to her death. Sabina's graduation in this case interests us, seeing that, this marked
the beginning of the cure of the symptoms, which developed from the cure of the symptoms to the intellectual and clinical engagement with psychoanalysis, psychiatry and psychology. Sabina, at first, a patient diagnosed with hysteria, admitted in 1904 at Burghölzli Hospital in Switzerland, became in the year 1911 a doctor and since then she worked as a psychiatrist, psychoanalyst and later as a child psychologist. Russian, Jewish, woman in a predominantly masculine environment, Sabina was sometimes excluded and left at the margins by some of her peers. Nevertheless its work influenced prominent authors such Sigmund Freud, Carl Gustav Jung, Jean Piaget and Lev Vygotsky. The analysis of the history of women in psychoanalysis is extremely interesting because it not only challenges how women are portrayed in most cases by the traditional discourse of the history of science; this in turn narrated from an androcentric bias, but also outlines a different narrative where women appear as producers of knowledge, in this case, psychoanalytic knowledge. This story takes place in Vienna, where the psychoanalysis was created by the Austrian physician Sigmund Freud, still in the year 1902, but also in the places where Sabina Spielrein acted.