Outros
Revista Miolo
Fecha
2018-10-16Registro en:
Revista Miolo, Salvador, v. I, n. I, 2018.
2595-8070
1
Autor
Link, Inês
Correia, Zulmira
Castro, Laura
Steele, Daniela
Rocha, Zé
Rezende, Felipe
Cunha, Lia
PJ, Fernando
HD, May
Roza, Flávia
Figueredo, Adriel
Machado, Bernardo
Lisboa, Daniel
Taafa, Maria
Rodrigues, Tarciio
Link, Inês
Correia, Zulmira
Castro, Laura
Steele, Daniela
Rocha, Zé
Rezende, Felipe
Cunha, Lia
PJ, Fernando
HD, May
Roza, Flávia
Figueredo, Adriel
Machado, Bernardo
Lisboa, Daniel
Taafa, Maria
Rodrigues, Tarciio
Institución
Resumen
Para a definição do tema gerador deste primeiro número, partimos da taxonomia proposta por Paulo Silveira (2000) para a classificação dos livros de artista, na qual o autor insere-os entre dois extremos, ternura e injúria. O primeira refere-se à aceitação e à dependência do fetiche pelas manifestações tradicionais do livro e a narrativa linear; a última é a afronta à permanência da tradição, a violação da ordem da narrativa e da verdade e a negação ao fetiche pelo objeto livro. Tomamos emprestados esses princípios para ampliar a discussão sobre o conceito da palavra/matéria “papel”, associando a ternura ao universo do design, impressões artesanais, gravuras, tipografias e projetos editoriais. Na injúria estariam inseridas formas mais subversivas e questionadoras, que utilizam, ou não, outros “papéis” como suporte, a exemplo dos livros de artista, os fanzines, o grafite, os lambe-lambes e outras intervenções do gênero. Para além da ternura e a injúria, paralelamente, trazemos para a discussão a imaterialidade e suas relações, diretas e indiretas, com o mundo palpável. Presente no âmbito das infogravuras, por exemplo, estas relações são apresentadas neste volume em projetos intermídias, como as rotoscopias analógicas, as ideias expressas no conjunto expográfico da mostra É Tudo design?, e na busca pela preservação e memória, por vias analógicas e digitais, presentes nas matérias sobre a artista Maria Adair, a pesquisa poética da Sociedade da Prensa e sobre a proposta acadêmica do Repositório da UFBA.
Diante das reviravoltas tão caras ao processo criativo e ainda mais comuns nas “primeiras vezes”, a equipe da TIRAGEM e do NUDE propuseram para esta edição da MIOLO o tema “Papel: ternura, injúria e imaterialidade”. Este tema, que foi amadurecendo desde a primeira proposta trazida ainda no início da empreitada, teve como objetivo servir de convite a uma reflexão acerca do papel como suporte para a produção artística e literária. Com o intuito de organizar as ideias (ou gerar um pouco mais de confusão) sobre as estratégias de produção e difusão das propostas artísticas contemporâneas, o papel aqui é colocado como símbolo para as questões relacionadas ao suporte, seja ele tradicional ou não convencional; físico ou impalpável.
Em resumo, nesta primeira MIOLO, a palavra papel foi o mote que nos fez refletir, por livre associação, sobre como o suporte (ou a ausência dele) dialoga tanto com os princípios estético-formais da arte e do design, quanto com a tradição e a contemporaneidade, no que tange a construção social, o registro e a memória. Neste sentido, aproveitando o embalo das comemorações dos 140 anos da Escola de Belas Artes, nada mais coerente do que iniciar a revista com uma matéria em homenagem ao artista Eduardo França dos Reis, o Mestre Duda, xilogravurista que aprendeu com os grandes mestres da Escola Baiana de Gravura, e ainda hoje honra a toda a comunidade da Escola de Belas Artes ao utilizar diariamente a sala de gravura da instituição como seu ateliê.
Todo o percurso de aprendizado que percorremos para a revista chegar até você foi a nossa recompensa; a de vocês é a primeira edição da revista MIOLO.
Esperamos que gostem!