Trabalho de Conclusão de Curso
A influência do transporte integrado de água doce na estabilidade da célula de revolvimento meridional do atlântico
Fecha
2018-12-06Autor
Matos, Fernanda DI Alzira Oliveira
Matos, Fernanda DI Alzira Oliveira
Institución
Resumen
A força da Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico Norte (CRMA) e o fluxo
líquido do transporte meridional de água doce integrado verticalmente (Fov) nas
latitudes 34ºS, 10ºN e 60ºN, simulados por 4 modelos pertencentes à base de dados
da quinta fase do Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados (CMIP5) para o
cenário histórico (1850-2005) e cenários climáticos futuros são examinados. Embora
a magnitude dos resultados varie consideravelmente entre os modelos, as
simulações de cenários futuros indicam um decréscimo nos valores Fov, ou seja, um
Fov mais negativo ao longo do tempo, seguido de enfraquecimento da CRMA até o
final do século XXI, apontando a redução do transporte de água doce como sendo
fator desestabilizante da Circulação Termohalina do Atlântico. Dentro do cenário
RCP4.5 (analisado para dois modelos com duração até 2100 e dois com duração até
2300), o enfraquecimento até o ano de 2100 é de 24%-56% da média histórica
individual de cada modelo, enquanto que dentro do cenário RCP8.5 o
enfraquecimento no mesmo período é de 34%-70% da média histórica. Os mapas
de função de corrente também revelaram o enraseamento da Água Profunda do
Atlântico Norte (APAN) como resultado da redução da densidade Água Antártica de
Fundo (AAF) no Atlântico, que soergue a APAN. As séries temporais com duração
até 2300 para o cenário RCP4.5 exibem uma estabilização da CRMA após o final do
século, além de redução na taxa de enfraquecimento, resultando em uma
recuperação estável, porém sem chegar aos níveis de transporte apresentados nas
médias históricas. A redução notória em Fov corrobora o uso da latitude de 34ºS
como um bom índice de análise da variabilidade da CRMA, uma vez que esta
tendência se confirma para as outras latitudes. Além disso, a série temporal da
latitude de 60ºN constata a existência de uma anomalia positiva de água doce na
região de formação da convecção profunda, principal razão pela qual a CRMA entra
em modo instável. Possíveis forçantes que contribuem na redução do transporte de
água doce do Atlântico, no enfraquecimento da CRMA, além de fatores que possam
desencadear a recuperação da circulação são discutidos. The strength of the Atlantic Meridional Overturning Circulation (AMOC) and the net
vertically integrated meridional freshwater transport (Fov) at 34ºS, 10ºN and 60ºN,
simulated by 4 models from the database of the phase 5 of the Coupled Model
Intercomparison Project (CMIP5) for historical (1850-2005) and future climate
scenarios are examined. Although the magnitude of the results varies considerably
among the models, the future climate scenarios indicate a decrease in Fov, in other
words, a more negative Fov over time, followed by a weakening of the AMOC until the
end of the twenty-first century, what indicates that a reduction in the net freshwater
transport is a potential driver for the AMOC destabilisation. Under the RCP4.5
scenario (analysed using two models ending in 2100 and two ending in 2300), the
weakening by 2100 is 24%-56% of the individual model’s historical mean, whereas
under the RCP8.5 scenario over the same period, the weakening is 34%-70% of the
historical mean. The streamfunction plots also revealed an interesting changing in the
circulation, which is a shoaling of the North Atlantic Deep Water (NADW) as a result
of the freshening of the Antarctic Bottom Water (AABW), which thus shoals the
NADW. The timeseries ending in 2300 under RCP4.5 exhibits a stabilisation of the
AMOC after the end of the 21st century and a decrease in the weakening rate,
leading to a stable recovery, although it doesn’t reach the historical mean transport
levels. The notorious reduction of Fov corroborates the use of the 34ºS latitude as an
index for the study of AMOC’s variability, once this trend is also confirmed in the other
latitudes. Furthermore, the timeseries for 60ºN also corroborates the positive
anomaly in the net freshwater transport in the region where the deep convection
occurs, which is pointed as the major forcing of AMOC instability. Possible causes for
the reduction of the salinity transport, AMOC weakening, including potential drivers
for its stabilisation are discussed.