Dissertação
Balé Teatro Castro Alves: histórias de uma história
Fecha
2018-04-03Autor
Gonçalves, Sônia Maria Brandão Ribeiro
Gonçalves, Sônia Maria Brandão Ribeiro
Institución
Resumen
Esta dissertação apresenta uma história do Balé Teatro Castro Alves (BTCA).
Buscou traçar um necessário diálogo entre o que é chamado de pesquisa artística e
pesquisa acadêmica e intentou tornar esta dicotomia inexistente e assim, portanto,
desenvolver uma pesquisa artístico-acadêmica. Ao argumentar que um lugar de fala
é sempre envolvido pelo ambiente no qual está inserido (GREINER; KATZ, 2006),
um dos objetivos desta história foi trazer, simultaneamente, a experiência de um
coletivo formado por bailarinos de uma importante companhia de reconhecimento
nacional e internacional, cidadãos da Dança em Salvador, da Bahia e do Brasil.
Neste traçado de um longo período foram abordados dados anteriores à criação do
BTCA e da Companhia Ilimitada (CI), apresentados alguns fatos da política cultural
(da época de fundação do BTCA e da CI). São aqui expostos dados do cotidiano da
companhia, diretores, coreógrafos e outros membros, analisados os processos
excludentes de bailarinos, seus processos criativos como intérpretes-criadores, suas
relações com a comunidade. A trajetória teve como seu agente a noção de corpopassagem,
sendo este um corpo que não apenas passa pelos acontecimentos, mas
que os experiencia e por isso mesmo os pode narrar (BENJAMIN, 1994).
Completando as referências principais Ecléa Bosi (1994) referencia a abordagem do
termo “história”. Giorgio Agamben (2010; 2009; 1993) elucida a compreensão do
conceito de “exclusão” e Foucault (2013; 2005; 2004) faz entender a disciplina
exacerbada com a discussão de um “corpo dócil”. Lenira Rengel (2015; 2007)
contribuiu com a noção de “corponectivo”, enquanto corpo não dualista na questão
“corpomente”. A história da Dança no Brasil, seja recente ou anterior, carece de
dados escritos, iconográficos, relatos, entrevistas com pessoas que são parte desta
própria história. A pesquisa traz, portanto, metodologicamente esses procedimentos,
junto à pesquisa qualitativa bibliográfica, tendo como metodologia principal a
etnografia e a auto etnografia (FORTIN, 2009). Resultados se deram em compilar
questões vividas, bem como relatos pessoais que configuram, de fato, uma história,
junto a apresentar documentos que, por vezes, são descartados. O BTCA em 2017
continua sua história em intensa tentativa de sobrevivência com produção artísticoacadêmica-
social.