Artigo de Periódico
A interação tectônica embasamento/cobertura em aulacógenos invertidos: um exemplo da Chapada Diamantina Ocidental
Fecha
2007Registro en:
v.37, n.4
Autor
Cruz, Simone Cerqueira Pereira
Alkmim, Fernando Flecha
Dias, Vilson Marques
Cruz, Simone Cerqueira Pereira
Alkmim, Fernando Flecha
Dias, Vilson Marques
Institución
Resumen
Um cinturão de dobramentos e cavalgamentos com embasamento envolvido está exposto ao longo da borda ocidental da Chapada Diamantina, um platô recoberto por unidades proterozóicas no interior da por-
ção setentrional do Cráton do São Francisco. Esse cinturão, com trend NNW e vergência ENE, envolve uma
parte substancial da porção leste do Aulacógeno do Paramirim, que corresponde a um rifte intracontinental que
experimentou uma longa história de desenvolvimento iniciada em 1,75 Ga com a sedimentação do Supergrupo
Espinhaço. Após a deposição da segunda maior unidade de preenchimento, o Supergrupo São Francisco, de
idade neoproterozóica (Tonian-Cryogeninan), o rifte do Paramirim experimentou uma vigorosa inversão positiva que gerou um sistema de falhas e dobras com trend NNW. Com o intuito de contribuir com o entendimento
da tectônica de inversão envolvendo o embasamento, foi realizada a análise estrutural baseada em dados de
campo ao longo da borda oeste da Chapada Diamantina. Os resultados indicam que o processo de inversão
ocorreu em quatro fases coaxiais de deformação progressiva. Sob um campo de encurtamento geral orientado
segundo WSW-ENE, a primeira fase de deformação (Dpdesc) nucleou um sistema em que a cobertura se descolada do embasamento nucleando estruturas vergentes para ESE, incluindo descolamentos intra-estratais, leques
imbricados, duplexes confnados a estratos e uma variedade de estruturas de pequena escala. Reativando estruturas pré-existentes, a fase deformacional subseqüente (Dp1/Dp2) foi responsável pela geração de falhas reversas
envolvendo o embasamento, zonas de cisalhamento reversas a oblíquas e grandes dobras com trend NNW que
domina o cenário estrutural da borda oriental da Chapada Diamantina. Durante a fase Dp3 um trem de dobras
orientadas segundo NNW, vergente para WSW e associada com uma proeminente clivagem de crenulação
desenvolveu-se sobre as estruturas previamente deformadas em zonas de alta deformação da borda oriental da
Chapada Diamantina.