Tese
Dominar homens ferozes: missionários carmelitas no Estado do Maranhão e Grão-Pará (1686-1757)
Fecha
2017-06-27Autor
Carvalho Júnior, Roberto Zahluth de
Institución
Resumen
O Estado do Maranhão e Grão-Pará foi palco para tensas relações entre os
diversos setores da sociedade, principalmente moradores, clero e grupos indígenas. A
partir de 1686, com a instauração do Regimento das Missões a balança começou a
pender a favor dos missionários que acumularam poder para expandir as missões e
solidificar a influência portuguesa na região. Nesse contexto, a Ordem do Carmo
ascendeu como um dos institutos a construir um importante complexo de aldeias
missionárias às margens dos rios Negro e Solimões, atuando para cristianizar e pacificar
os diversos grupos indígenas da região, enquanto fortaleciam a presença colonial
lusitana, constantemente ameaçada em um território considerado como área de fronteira.
O apostolado dos carmelitas (e dos missionários de modo geral) poderia ser motivo de
divergências com a sociedade laica. No entanto, a ausência de um clero secular
consistente favorecia o clero regular. Assim, os missionários tornaram-se os principais
pastores espirituais do universo colonial. Em meio a este cenário, tentamos entender
como os carmelitas, uma ordem sem carisma apostólico, se constrói missionária, e como
suas missões não perdem o caráter cristianizador perante os desafios apresentados pelo
processo de colonização e expansão das missões.