Dissertação
Contribuições de estudos etnofarmacológico e fotoquímico para regulamentação do uso de plantas medicinais no SUS
Fecha
2017-06-01Autor
Cardoso, Daniel César Nunes
Institución
Resumen
As plantas medicinais são os mais antigos recursos terapêuticos utilizados pelo homem e nas últimas décadas tem retomado grande evidência. Em virtude do avanço científico está sendo possível cumprir com metas e diretrizes que orientam a inclusão de espécies vegetais como recursos terapêuticos. Dentre os diversos marcos legais produzidos no Brasil para a regulamentação do uso de plantas medicinais e fitoterápicos. A RDC 10/10 dispõe sobre a notificação de espécies vegetais utilizadas terapeuticamente sob a forma de infusos decoctos e macerações, definidas como drogas vegetais. A disponibilidade de dados sobre uso alicerçado na tradição e a prospecção fitoquímica são condições que possibilitam a inclusão de espécies vegetais em suplementações da referida RDC 10/10. No estudo etnofarmacólogico a espécie A. zerumbet foi denominada lipurdina e a sua principal forma de consumo foi o uso oral do chá das suas folhas, para o tratamento de gripes, resfriados, catarro no peito, dor, hipertensão e como calmante. O trabalho fitoquímico permitiu o isolamento da substância 5,6-dehidrokavaina no extrato metanólico e em extrato originado da água residual do processo de destilação, demonstrando que a kava-lactona pode ser encontrada em chás produzidos com as folhas de A. zerumbet. A revisão da literatura associa o metabólito aos efeitos farmacológicos atribuídos à espécie. A técnica de cromatografia em camada delgada pode observar as bandas de 5,6-dehidrokavaína em sistema de eluição CH2Cl2/MeOH (97:3), revelada sob luz UV 254 nm, possibilitando sua utilização como padrão para a prospecção fitoquímica de A. zerumbet, de acordo com a RDC10/10. Pesquisando a etnofarmacologia e a fitoquímica de A. zerumbet e considerando os estudos farmacológicos, assim como, a legislação é possível indicar o uso do chá das suas folhas para o tratamento de problemas respiratórios, dor e como ansiolítico, respeitando-se as denominações locais e usos tradicionais, desde que observadas eficácia e segurança. O presente trabalho demonstra a importância da etnofarmacologia na proposta de padronização fitoquímica de uma droga vegetal, valorizando a complexidade da relação entre os conhecimentos tradicionais e acadêmicos na cadeia produtiva de plantas medicinais. Medicinal plants are the most ancient therapeutic resources ever used by man having in the last decades become widely proclaimed. By virtue of the scientific advancement is being possible to comply with goals and guidelines that guide the inclusion of vegetal species as therapeutic resources. Among the numerous and milestone legal facts produced in Brazil focused on the regulation use of medicinal plants and phytotherapic. RDC 10/10 regulates the notification of vegetal species therapeutically used by means of decoctions, infuses and macerations, defined as vegetal drugs. In the ethnopharmacological study, the species A. zerumbet was termed lipurdina and its main form of consumption was the oral use of the tea made out of its leafs, for influenza treatment, colds, chest catarrh, pain, hypertension and as a tranquilizer. The phytochemical research has allowed isolation the substance 5,6-dehydrokawain in the methanolic extract and in extract originated from the residual water of the distillation process, demonstrating that the kawa-lactone can be found in teas produced with A. zerumbet leafs. The literature´s revision associates the metabolite to the pharmacological effects attributed to the species. The chromatography technique in thin layer can observe the 5,6-dehydrokawain bands in elution system CH2Cl2/MeOH (97:3), revealed under UV light 254 nm, making possible their use as a standard for phytochemical prospection of A. zerumbet, according to the RDC 10/10. Researching the ethnopharmacology and phytochemistry of A. zerumbet and considering the pharmacological studies and legislation is possible state what use tea of their leaves to treat respiratory problems, pain and as anxiolytic respecting local names and traditional uses, provided that observed safety and efficacy. The present work demonstrate the importance of the ethnopharmacology in the proposed phytochemical standardization of a plant drug, valuing the complexity of the relationship between traditional and academic knowledge in the production chain of the medicinal plants.