Tese
Estudo sobre o processo de incorporação de enxertos ósseos na mandíbula de coelhos
Fecha
2017-04-25Autor
Andrade, Miguel Gustavo Setúbal
Institución
Resumen
A enxertia dos maxilares com osso córtico-medular aposicionado condiciona o rebordo para
receber implantes de titânio. O osso alógeno congelado tem conquistado espaço por eliminar a
necessidade de área doadora. Clinicamente, os enxertos aposicionados sofrem absorção, e o
plasma rico em plaquetas (PRP) poderia minimizar esse fenômeno. Nesta tese, foram
realizadas três pesquisas. A principal delas estudou a incorporação de enxertos autógenos e
alógenos aposicionados à mandíbula de coelho em associação ou não com PRP. As alterações
que o congelamento promoveu no osso e o processo de preparação do PRP também foram
investigados. Utilizaram-se 54 coelhos. Enxertos córtico-medulares foram removidos do osso
ilíaco e aposicionados bilateralmente à cortical externa da mandíbula. Parte dos animais
recebeu osso autógeno fresco e outra parte recebeu osso alógeno congelado a -70°C por 120
dias. Em um lado da mandíbula, foi colocado PRP. A eutanásia ocorreu após 3, 7, 14, 28 e 56
dias. A diferença entre os grupos foi ponderada pelo teste de Bonferroni. O osso alógeno foi
menos absorvido, mais osteogênico e fibrogênico que o osso autógeno. Sua cortical estava
mais espessa e ele induziu maior quimiotaxia de macrófagos e osteoclastos. O PRP, apesar de
melhorar, não interferiu significativamente nessas variáveis. Não houve reação de células T e
B contra os enxertos. O efeito da criopreservação foi analisado no osso congelado a -20°C e
-70°C por 30, 60, 90 e 120 dias e foi comparado ao osso fresco. A diferença foi estimada pelo
teste de Tukey. O congelamento aumentou a área das células e dos núcleos na medular e
diminuiu a área dos núcleos da cortical. O colágeno da cortical desnaturou com a diminuição
da temperatura e o aumento do tempo de congelamento. Essas alterações só comprometeram a
morfologia do tecido após 90 ou 120 dias na temperatura de -70°C. O sangue total e o PRP
foram comparados pelo teste de correlação de Pearson. A plaquetometria do PRP não
dependeu dos eritrócitos e do plasma pobre em plaquetas removidos, mas do hematócrito e da
plaquetometria do sangue total. O hematócrito do PRP não interferiu na sua plaquetometria e
leucometria, que foi dependente da leucometria inicial. Concluiu-se que o osso alógeno
congelado foi bom material para enxertia aposicionada dos maxilares e não induz uma
rejeição imunológica. O PRP apresentou apenas uma tendência em melhorar o reparo de
enxertos aposicionados, e o congelamento foi eficaz em diminuir a antigenicidade do osso.