Dissertação
Critérios de definição da periodontite e sua associação com o baixo peso ao nascer em populações jovens
Fecha
2017-06-29Autor
Santos, Mércia Sacramento dos
Institución
Resumen
A relação entre a periodontite e o baixo peso ao nascer (BPN) tem sido amplamente
investigada do ponto de vista epidemiológico nos últimos anos. Todavia, o
estabelecimento deste nexo causal é dificultado pela diversidade de critérios de
definição para a periodontite. Assim, objetivou-se comparar três diferentes critérios de
definição da periodontite na associação desta com o BPN em uma população de
puérperas jovens de Salvador-BA. Foram utilizados dados secundários do “Projeto
Gera Vida”, pesquisa multi-institucional, observacional, do tipo caso-controle. Os
dados de 97 mães de recém-nascidos (RN) de peso inferior a 2.500g (casos) e 202
mães de RN com 2.500g ou mais (controles), totalizando 299 puérperas, foram obtidos
por entrevista, exame periodontal completo e consultas aos livros de registro de
nascimentos das maternidades selecionadas e aos prontuários das gestantes. Para a
análise, construiu-se um modelo que foi aplicado a cada critério de diagnóstico da
periodontite. A análise multivariada com regressão logística não condicional e o
intervalo de confiança (95%) foram realizados permitindo construir os modelos finais e
estimar a medida de associação, Odds Ratio (OR) e IC, entre a periodontite e o BPN.
Observou-se que a idade média das puérperas foi de 26,29 anos [dp= 6.60, IC (95%)
= 25.34 – 27.04], 92.64% declararam-se negras ou pardas, 75,25% concluíram o
ensino fundamental e 61,20% possuíam renda familiar máxima de 1 salário mínimo. O
hábito de fumar foi negado por 94,65% das entrevistadas e 93,31% realizaram
acompanhamento pré-natal. A ocorrência da periodontite variou de 22,41% a 94,31%
conforme o critério utilizado. Quando estimada a OR ajustada, a periodontite definida
por critérios propostos por Page e Eke (2007) [ORajust.=0,94, IC(95%)= 0,56–1,56],
Gomes Filho et al. (2006a) [ORajust= 1,18, IC(95%)= 0,65-2,13] e Susin et al. (2011)
[ORajust= 0,87, IC(95%)=0,37-3,22] não demonstraram associação com o BPN.
Verificou-se que classificações muito restritas ou modelos muito flexíveis não
contribuíram com o estudo dessa associação, se comportando de forma similar.