bachelorThesis
A autopercepção do narrador pós-moderno em Como se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas, de Elvira Vigna
The self-perception of the postmodern narrator in Como se Estivemos em Palimpsisto de Putas, by Elvira Vigna
Registro en:
MELO, Bruna. A autopercepção do narrador pós-moderno em Como se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas, de Elvira Vigna. 2023. 40 f. Monografia (Letras - Língua Portuguesa e Literaturas), Departamento de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023.
Autor
Melo, Bruna de Souza
Resumen
Como se estivéssemos em palimpsesto de putas (2016) is a novel by Brazilian writer Elvira Vigna. The work stems from encounters between an unemployed designer and a publisher employee in which the man tells the woman his experiences with prostitutes. In first-person narration, the woman elaborates on the wide gaps in the reports and builds a plot full of betrayal, power disputes and emptiness. The central goal of this work is to investigate how the meanings related to the self-perception of the narrator in the novel are established and operated. More specifically, it aims: understand some of the articulations of how narration works in the novel; build a critical reading of the novel based on the narration; and, finally, to deepen studies on the novel and the theory of narrative. To rescue the concept of narrator, Benjamin (1987) was referenced; for a better understanding of the narrator in the contemporary novel, Adorno (2003) was consulted. To deepen the understanding of the postmodern narrator, Santiago (1989) was verified, complemented by Friedman (2002) about the narrator-witness and the point of view in fiction. Strauss (1999) was consulted in order to conceptually support the analysis of the work surrounding self-assessment and the course of action. Based on the aesthetics of overlapping reports, like a palimpsest, it is considered that the narrator's self-perception expands the notion of narrator-witness and subverts the narration crisis motivated by the primacy of the image and the emptying of experience. Como se estivéssemos em palimpsesto de putas (2016) é o último romance publicado em vida da escritora brasileira Elvira Vigna. A obra parte de encontros entre uma designer desempregada e um funcionário de editora nos quais o homem relata à mulher suas experiências com prostitutas. Em primeira pessoa, a narradora elabora as amplas lacunas dos relatos e constrói uma trama repleta de traição, disputas de poder e vazio. O objetivo central do trabalho é investigar como se estabelecem e operam os sentidos referentes à autopercepção do narrador no romance. Mais especificamente, busca-se: compreender algumas das articulações de funcionamento da narração no romance; construir a leitura crítica da obra a partir da narração; e, por fim, contribuir para o aprofundamento dos estudos sobre o romance e a teoria da narrativa. Para o resgate do conceito de narrador, referenciou-se Walter Benjamin (1987); para melhor compreensão da figura do narrador no romance contemporâneo, consultou-se Theodor Adorno (2003). A fim de aprofundar a questão do narrador pós-moderno, verificou-se Silviano Santiago (1989), complementado pela perspectiva de Norman Friedman (2002) acerca do narrador-testemunha e do ponto de vista na ficção. Com o objetivo de respaldar conceitualmente a análise da obra, consultou-se Anselm Strauss (1999) acerca da autoavaliação e o curso da ação. A partir da estética de relatos sobrepostos, como um palimpsesto, considera-se que a autopercepção da narradora amplia a noção de narrador-testemunha e subverte a crise da narração motivada pela primazia da imagem e pelo esvaziamento da experiência.