Introdução: O processo do envelhecimento desencadeia uma série de alterações fisiológicas que podem comprometer a mobilidade e funcionalidade dos idosos, acarretando maior risco de quedas e declínio na qualidade de vida. O uso de exergames, que são jogos virtuais associados à uma prática maior de atividade física, tornam o exercício mais lúdico, divertido e dinâmico, auxiliando na reabilitação física e cognitiva dos idosos. Objetivo: Avaliar a mobilidade, funcionalidade e comportamento sedentário de idosos que jogaram a versão domiciliar do exergame VirtualTer. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, realizado com 25 idosos saudáveis, que foram submetidos a uma avaliação inicial, pré-jogo, com os instrumentos: avaliação gerontológica sociodemográfica e clínica; Short Physical Performance Battery (SPPB); International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) e Escala de Avaliação de Incapacidade WHODAS 2.0 e, posteriormente foi realizada a execução do exergame VirtualTer no ambiente domiciliar, durante três repetições. Os dados foram analisados no programa SPSS versão 21 e foram usados os testes de correlação de Spearman, teste de Mann-whitney, teste de Kruskall-Wallis e teste de Qui-quadrado; foi atribuído um nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se uma amostra composta por mulheres (68%), casadas (56%), com idade de 69 anos, escolaridade com ensino fundamental completo (40%). Os participantes não praticavam atividade física (72%), sofreram episódios de quedas no último ano (72%), não foram expostos previamente a estímulos de RV (96%) e classificaram sua saúde como mais ou menos (52%). A amostra foi composta por indivíduos com moderado desempenho físico no SPPB, alto grau de comportamento sedentário no IPAQ e deficiência moderada no WHODAS. Houve relação significativa entre a idade com a pontuação total (p=0,001; r=-0,614) e pontuação categórica do SPBB (p=0,003). Houve relação direta entre o nível de escolaridade e o SPPB total (p=0,024). A alta taxa de quedas teve uma relação significativa com a capacidade funcional (p=0,012) e com a mobilidade (p=0,006). Houve relação direta entre a funcionalidade com a percepção de saúde (p=0,003). Conclusão: Dessa forma, observou-se que a amostra investigada apresentava déficit de mobilidade, funcionalidade e alto índice de sedentarismo. Diante dos resultados é possível afirmar que a população amostral se beneficiaria de uma intervenção composta por exergames, uma vez que este recurso poderia ampliar a força muscular, mobilidade e o equilíbrio postural em idosos, além de ser uma estratégia terapêutica dinâmica, lúdica, motivadora e desafiadora.