bachelorThesis
Patriarcado, capitalismo, racismo e violência obstétrica: uma análise crítica
Registro en:
NASCIMENTO, Maressa Gabrielle Penha do. Patriarcado, capitalismo, racismo e violência obstétrica: uma análise crítica. Orientadora: Sabrina Silva Zacaron. 2022. 55f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) - Departamento de Serviço Social, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.
Autor
Nascimento, Maressa Gabrielle Penha do
Resumen
This work was constructed from a critical and grounded analysis of the problem of obstetric violence experienced by women and naturalized by the patriarchal and capitalist system. Furthermore, it aims to understand the relationships established between the aforementioned systems, in view of their strong and simultaneous efforts to maintain this impasse on Brazilian soil since the colonial period. In addition, this study brings a historical context to contribute to the understanding of the origin of the inferiority of the female sex in relation to male and, consequently, of the processes of violence against women. This research is guided by the method used by Marx, Dialectical Historical Materialism, to understand the social reality, through the thoughts that revolve around the transformations constituted by society, which originate the forms of organization of such a body. It is classified as exploratory, in view of the free character of information collection and construction of ideas. It was guided by a bibliographical selection, as well as usingdocumentary research to support the information related to current legislation on issues related to the gestational period and the puerperium. In addition, it was extremely important to relate to policies and projects that ensure women's rights within the entire pregnancy process. The mention of underfunding of the health policy was inevitable, in view of the commodification and scrapping of the unified health system and its consequences. During the course of the work, it is possible to highlight some indispensable clippings that intersect and make the issue of obstetric violence in Brazil even worse, such as the issue of institutional racism and the violation of women's sexual and reproductive rights. Finally, this work has as a preliminary result, in the light of obstetric violence in Brazil, the primary perception of the conditioning factors (systems) that made possible both its emergence and the maintenance of this problem. In addition, this research is expected to contribute to the mobilization of society in the sense that obstetric violence is socially and constitutionally recognized. Este trabalho foi construído a partir de uma análise crítica e fundamentada acerca da problemática da violência obstétrica vivenciada pelas mulheres e naturalizada pelo sistema patriarcal e capitalista. Outrossim, visa compreender as relações estabelecidas entre os sistemas supracitados, tendo em vista suas fortes e simultâneas investidas à manutenção desse impasse em solo brasileiro desde o período colonial. Além disso, este estudo traz uma contextualização histórica para contribuir com o entendimento acerca da origem da inferiorização do sexo feminino em relação ao masculino e, consequentemente, dos processos de violência contra a mulher. Esta pesquisa é norteada pelo método usado por Marx, Materialismo histórico dialético, para compreender a realidade social, através dos pensamentos que giram em torno das transformações constituídas pela sociedade, as quais originam as formas de organização de tal corpo. É classificada como exploratória, tendo em vista o caráter livre de coleta de informações e construção de idéias. Foi norteado por seleção bibliográfica, bem como utilizou de pesquisas documentais para alicerçar as informações relacionadas à legislação vigente sobre questões voltadas ao período gestacional e ao puerpério. Além disso, foi de extrema importância relacionar às políticas e projetos que asseguram os direitos da mulher dentro de todo o processo gravídico. A menção ao desfinanciamento da política de saúde foi inevitável, tendo em vista a mercantilização e o sucateamento do sistema único de saúde e suas consequências. Durante o curso do trabalho, é possível destacar alguns recortes indispensáveis que se cruzam e pioram ainda mais a questão da violência obstétrica no Brasil, como por exemplo a questão do racismo institucional e a violação dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher. Por fim, essa obra tem como resultado preliminar, à luz da violência obstétrica no Brasil, a percepção primária dos fatores (sistemas) condicionantes que possibilitaram tanto o seu surgimento, quanto a manutenção dessa problemática. Além disso, espera-se com esta pesquisa, contribuir para a mobilização da sociedade no sentido de que a violência obstétrica seja reconhecida social e constitucionalmente.