doctoralThesis
Fragilidade e desempenho físico de idosos de instituições de longa permanência: uma análise de sobrevida de cinco anos
Registro en:
DINIZ, Cristina Marques de Almeida Holanda. Fragilidade e desempenho físico de idosos de instituições de longa permanência: uma análise de sobrevida de cinco anos. Orientador: Álvaro Campos Cavalcanti Maciel. 2022. 95f. Tese (Doutorado em Fisioterapia) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.
Autor
Diniz, Cristina Marques de Almeida Holanda
Resumen
Introduction: Population growth and aging is a global phenomenon that affects all
countries in the world and has repercussions on social assistance and protection, in
addition to the organization of health systems. Population aging, the epidemiological
transition, the reduction in mortality rates, especially among the older adults over 80
years of age, changes in family structures and the increase in functionally dependent
older adults demand the need to establish long-term care for the elderly. In this
scenario, there is a growing demand for Nursing Homes - NHs, which have a high
prevalence of physical frailty and mortality. Objectives: to verify whether physical
frailty and physical performance are predictors of mortality in the older adults in NHs
through a five-year survival analysis. Methods: this is a five-year longitudinal study
with the initial baseline collection of 133 elderly residents of 15 ILPI in the State of
Paraiba - Brazil. The study started in 2014 and data collection ended in 2019. In
addition to data on physical frailty (Fried Frailty Syndrome) and physical performance
(Short Physical Performance Battery), sociodemographic information and health
conditions were collected. The relationship between physical frailty and physical
performance with mortality was evaluated using Kaplan-Meier Survival Curves and
Cox Proportional Risk Regression models. A confidence interval (CI) of 95% and a pvalue < 0.05 was considered. Results: Of the 133 participants at baseline, 114 were
evaluated during the follow-up of the study. Of these, 41.22% died by the end of the
cohort. The main results of Article 1, entitled “How does the physical frailty phenotype
predict mortality in older adults in nursing homes? A 5-year survival study” showed that
life expectancy among the non-frail older adults was significantly higher, with a mean
survival of 7.5 months longer compared to the frail older adults (49.1%) (p = 0.01).
There was a 36% increase in the risk of dying (adjusted HR 1.36; 95% CI 1.02 - 1.68;
p=0.03) for each additional point on the Fried frailty count, and frail subjects had a 2.1-
fold increased risk of dying. compared with non-frail subjects (adjusted HR 2.01; 95%
CI 1.11 - 3.62; p=0.02). The main results of Article 2, entitled “Physical performance
as a predictor of mortality in nursing home residents: A five-year survival analysis”,
found that 61.40% of the participants had low physical performance. Low physical
performance increased the chance of dying by 2.77 times (adjusted HR 2.77; 95% CI
1.38 – 4.83; p < 0.001). Low performance on the gait speed test also represented a
2.58-fold increased risk of dying (adjusted HR 2.58; 95% CI 1.38 - 4.83; p < 0.01). The survival time of the older adults with low physical performance was significantly shorter,
with a mean survival of less than 12 months in relation to the mean survival time of the
older adults with better physical performance (p < 0.01). Conclusion: The results of
this study showed that both physical frailty and low physical performance can predict
the mortality of older adults in nursing home residents over five years. Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno global que atinge todos
os países do mundo e traz repercussões na assistência e proteção social, bem como
na organização dos sistemas de saúde. O envelhecimento populacional, a transição
epidemiológica, a redução nas taxas de mortalidade, principalmente dos idosos acima
de 80 anos, as mudanças nas estruturas da família e o aumento de idosos
dependentes funcionalmente, exigem a necessidade de estabelecimento de cuidados
de longa duração para as pessoas idosas. Neste cenário, observa-se um aumento
crescente da demanda por Instituições de Longa Permanência para Idosos – ILPI, as
quais apresentam alta prevalência para a fragilidade física e mortalidade. Objetivos:
verificar se fragilidade física e desempenho físico são preditores de mortalidade em
idosos de ILPI por meio de uma análise de sobrevida de cinco anos. Métodos: tratase de um estudo longitudinal de cinco anos, com a coleta inicial na linha de base de
133 idosos residentes de 14 ILPI no Estado da Paraíba – Brasil, entre 2014 e 2019.
Além dos dados sobre fragilidade física (Fenótipo de Fragilidade proposto por Fried)
e desempenho físico (Short Physical Performance Battery), foram coletadas
informações sociodemográficas e condições de saúde. A relação entre fragilidade
física e desempenho físico com mortalidade foram avaliadas por meio das Curvas de
Sobrevida de Kaplan-Meier e modelos de Regressão de Risco Proporcional de Cox.
Foi considerado um intervalo de confiança (IC) de 95% e um p< 0,05. Resultados:
dos 133 participantes na linha de base, 114 foram avaliados durante o seguimento do
estudo. Destes, 41,22% vieram à óbito até o final da coorte. Os principais resultados
do Artigo 1, intitulado de “Como o fenótipo de fragilidade física prediz a mortalidade
em idosos residentes de instituições de longa permanência? Um estudo de sobrevida
de 5 anos” mostrou que a expectativa de vida entre os idosos não frágeis foi
significativamente maior, com sobrevida média de 7,5 meses a mais em relação aos
idosos frágeis (49,1%) (p = 0,01). Houve um aumento de 36% no risco de morrer (HR
ajustado 1,36; 95% IC 1,02 – 1,68; p=0,03) para cada ponto adicional na contagem de
fragilidade de Fried, e indivíduos frágeis tiveram um risco 2,1 vezes maior de morrer
em comparação com indivíduos não frágeis (HR ajustado 2,01; 95% IC 1,11 – 3,62;
p=0,02). Os principais resultados do Artigo 2, intitulado de “Desempenho físico como
preditor de mortalidade em residentes de instituições de longa permanência: Uma análise de sobrevida em cinco anos”, encontraram que 61,40% dos participantes
apresentaram baixo desempenho físico. Baixo desempenho físico aumentou a chance
de morrer em 2,77 vezes (HR ajustado 2,77; 95% IC 1,38 – 4,83; p < 0,001). O baixo
desempenho no teste de velocidade da marcha também representou um risco 2,58
vezes maior de morrer (HR ajustado 2,58; IC 95% 1,38 - 4,83; p < 0,01). O tempo de
sobrevida dos idosos com baixo desempenho físico foi significativamente menor, com
sobrevida média inferior a 12 meses em relação ao tempo médio de sobrevida dos
idosos com melhor desempenho físico (p < 0,01). Conclusão: Os resultados deste
estudo mostraram que tanto a fragilidade física quanto o baixo desempenho físico
podem predizer a mortalidade de idosos residentes em ILPI ao longo de cinco anos.