bachelorThesis
Consumo de pescado local, segurança alimentar e bem-estar de mulheres em comunidades pesqueiras costeiras potiguares
Local fish consumption, food security and well-being of women in Potiguar coastal fishing communities.
Registro en:
COSTA, Emanuela Fontes. Consumo de pescado local, segurança alimentar e bem-estar de mulheres em comunidades pesqueiras costeiras potiguares. Orientadora: Priscila Fabiana Macedo Lopes. 2023. 47 f. Monografia (Graduação em Ecologia) – Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2023.
Autor
Costa, Emanuela Fontes da
Resumen
In rural fishing communities, the main activity revolves around food production on and off the sea, but the real state of their food security remains under-reported and there is no information on how satisfied people are with their lives. This study aimed to understand and evaluate the effect of artisanal fish access and consumption on household food security and women's subjective well-being in coastal communities of Rio Grande do Norte. In particular, four communities (representing municipalities or groups of fishing communities) from the northern coast were included: Caiçara do Norte, Enxu Queimado, State Sustainable Development Reserve of Ponta do Tubarão - RDSEPT (represented here by the Diogo Lopes and Sertãozinho communities), and Macau. These sites were visited in 2019, when 221 women were interviewed. Women were interviewed regarding their subjective well-being, household food security, consumption of animal protein, and food preference, which were associated with variables regarding physical, social, and economic access to fishery resources. To categorize the degree of household food security, according to the interviewee's perspective, we used a scale divided into three categories: 1) food security, when there was stable access to sufficient and satisfactory food; 2) food insecurity without hunger, when there was uncertainty and anxiety about food acquisition; 3) and food insecurity with hunger, when there was restriction in the adult's diet for more than three months. Two variables that comprised subjective well-being, Cantril Scale and Life Satisfaction Scale, were combined to form the Index of Subjective Well-Being (IBES). We then analyzed how social (e.g., age of the respondent, length of residence in the community), cultural (e.g., family food preference), and fishery-related (e.g., presence of fishermen and the frequency of fishing) aspects affect the chances of the woman and her family being food secure (logistic regression model) and their well-being (beta regression models applied to the BIES). High frequency of protein consumption, a preference for beef, and older ages were factors that contributed to explain the likelihood of being categorized in a food secure state. On the other hand, higher frequency of fishing in the family resulted in lower probability of food security. Subjective well-being was shown to be positively influenced by food security, but did not show significant results in relation to fish consumption. Greater food security and a fish-rich diet seem to contribute to women's quality of life, although households that depend more directly on fishing seem to be more vulnerable to food insecurity. CNPQ Nas comunidades rurais de pescadores, a principal atividade gira em torno da produção de alimentos dentro e fora do mar, mas o real estado de sua segurança alimentar segue subnotificado e não há informações sobre o quão as pessoas estão satisfeitas com a vida. Esse estudo teve por objetivo compreender e avaliar o efeito do acesso e consumo do pescado na segurança alimentar doméstica e bem-estar subjetivo feminino de comunidades costeiras do Rio Grande do Norte. Particularmente, quatro comunidades do litoral norte foram incluídas: Caiçara do Norte, Enxu Queimado, Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão - RDSEPT (representada aqui pelas comunidades Diogo Lopes e Sertãozinho), e Macau. Estes locais foram visitados em 2019, quando foram entrevistadas 221 mulheres. As mulheres foram entrevistadas a respeito de seu bem-estar subjetivo, segurança alimentar doméstica, consumo de proteína de origem animal, e preferência alimentar, os quais foram associados a variáveis referentes ao acesso físico, social e econômico aos recursos pesqueiros. Para categorização do grau de segurança alimentar familiar, segundo a perspectiva da entrevistada, utilizou-se uma escala dividida em três categorias: 1) em segurança alimentar, quando houve acesso estável a uma alimentação suficiente e satisfatória; 2) em insegurança alimentar sem fome, quando houve incertezas e ansiedade sobre a aquisição de alimentos; 3) e em insegurança alimentar com fome, quando houve restrição na alimentação dos adultos por mais de três meses. Duas variáveis que compuseram o bem estar-subjetivo, Escada de Cantril e Escala de Satisfação com a Vida, foram combinadas para formar o índice de bem-estar subjetivo (IBES). Foi então analisado como aspectos sociais (e.g., idade da entrevistada, tempo de residência na comunidade), culturais (e.g., preferência alimentar da família), e relacionados à pesca (e.g., presença de pescadores e a frequência da pesca) que afetam as chances da mulher e sua família estarem em segurança alimentar (modelo de regressão logística) e o seu bem-estar (modelos de regressão beta aplicado ao IBES). Alta frequência do consumo de proteína, a preferência pela carne bovina e as idades mais avançadas foram fatores que contribuíram para explicar a probabilidade de ser categorizado em estado segurança alimentar. Por outro lado, a maior frequência de pesca na família resultou em menor probabilidade de segurança alimentar. O bem-estar subjetivo mostrou-se positivamente influenciado pela segurança alimentar, mas não apresentou resultados significativos em relação ao consumo de pescado. A maior segurança alimentar e uma dieta rica em peixe parecem contribuir para a qualidade de vida das mulheres, embora famílias que dependem mais diretamente da pesca parecem estar mais vulneráveis à insegurança alimentar.