masterThesis
Fatores contextuais e psicossociais relacionados ao aleitamento materno
Registro en:
PEREIRA, Leonara Carla de Araújo. Fatores contextuais e psicossociais relacionados ao aleitamento materno. Orientador: Anna Cecília Queiroz de Medeiros. 2023. 55f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva - Facisa) - Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2023.
Autor
Pereira, Leonara Carla de Araújo
Resumen
Breastfeeding (BF), exclusively recommended for up to 6 months, is a complex practice
permeated by several factors that can contribute positively or negatively to its continuity. In
addition to biological issues, psychosocial and contextual factors also influence BF, forming
aspects to be considered in the study of this topic, especially in view of such low rates of
exclusive breastfeeding (EBF). Thus, the objective of this study was to investigate the
relationship between EBF, contextual factors (urbanity and region of residence), and
psychosocial factors (locus of health control and social support received). Therefore, the
present work was structured in two studies. In the first study, secondary data from the Food
and Nutrition Surveillance System on the prevalence of EBF, by Brazilian municipality, from
2019 to 2021 were analyzed. Information on region, municipal typology and degree of
urbanization was extracted from the Brazilian Institute of Geography and Statistic. The final
sample obtained consisted of 223,764 children, distributed in 1603 municipalities. The
northeast region was associated with the prevalence of EBF classified as poor/fair (p<0.001).
There was an association between a high degree of urbanization and the rate of EBF as
good/very good (p<0.026), and also between urban typology and the prevalence of EBF
classified as good/very good (p<0.011). The second study was carried out with postpartum
women at Hospital do Seridó (Caicó/RN). During hospitalization, the Health Locus of Control
Scale was applied and demographic and perception information on breastfeeding was
collected. Then, 30 days after delivery, information about BF at the end of the first month of
life was collected, and the Multidimensional Scale of Perceived Social Support was applied.
The final sample consisted of 75 women. Of these, 69.4% practiced EBF during the 1st
month. In these women, support of the “material”, “emotional” and “social interaction” type
was significantly higher and the score on the external health locus of control scale was lower.
This group of participants also had a more positive perception of breastfeeding. In logistic
regression, material support increased the probability of EBF in the 1st month by 1.03, while
the external health locus of control score decreased the probability of EBF in the 1st month by
0.55 times. The results obtained in both studies point to the need to consider contextual and
psychosocial factors when thinking about actions, policies and strategies involving
breastfeeding. O aleitamento materno (AM), recomendado de forma exclusiva até os 6 meses, é uma prática
complexa permeada por diversos fatores que podem contribuir de forma positiva ou negativa
para sua continuidade. Para além de questões biológicas, fatores psicossociais e contextuais
também influenciam no AM, configurando-se em aspectos a serem considerados no estudo
deste tema, principalmente diante de índices tão baixos de aleitamento materno exclusivo
(AME). Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar a relação entre o AME, fatores
contextuais (urbanidade e região de residência), e psicossociais (locus de controle da saúde e
suporte social recebido). Para tanto, o presente trabalho foi estruturado em dois estudos. No
primeiro estudo, foram analisados dados secundários advindos do Sistema de Vigilância
Alimentar e Nutricional sobre a prevalência de AME, por município brasileiro, de 2019 a
2021. As informações sobre região, tipologia municipal e grau de urbanização foram extraídas
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A amostra final obtida foi de 223.764
crianças, distribuídas em 1603 municípios. A região nordeste apresentou associação com a
prevalência de AME classificada como pobre/razoável (p<0,001). Houve associação entre alto
grau de urbanização e taxa de AME do tipo bom/muito bom (p<0,026), e também entre
tipologia urbana e prevalência de AME classificada como bom/muito bom (p<0,011). O
segundo estudo foi realizado com puérperas no Hospital do Seridó (Caicó/RN). Durante a
internação hospitalar, foi aplicada a Escala de Locus de Controle da Saúde e coletadas
informações demográficas e de percepção sobre amamentação. A seguir, 30 dias após o parto,
foram coletadas informações sobre o AM ao final do primeiro mês de vida, e aplicada a
Escala Multidimensional de Suporte Social Percebido. A amostra final foi de 75 mulheres.
Destas, 69,4% praticavam o AME durante o 1º mês. Nessas mulheres o apoio do tipo
“material”, “emocional” e “interação social” foi significativamente maior e a pontuação na
escala de locus de controle da saúde externo foi menor. Esse grupo de participantes também
apresentou percepção mais positiva sobre a amamentação. Na regressão logística, o apoio
material aumentou 1,03 vezes a probabilidade de AME no 1º mês, enquanto a pontuação no
locus de controle de saúde externo diminuiu 0,55 vezes a probabilidade de AME no 1º mês.
Os resultados obtidos nos dois estudos apontam para a necessidade de considerar os fatores
contextuais e psicossociais ao se pensar em ações, políticas e estratégias envolvendo
aleitamento materno. 2024-06-26