doctoralThesis
Narrativas político-poéticas: reflexos sociais e subjetivos da arte urbana na dinâmica da vida cotidiana físico-digital
Registro en:
ARAÚJO, Dahiana dos Santos. Narrativas político-poéticas: reflexos sociais e subjetivos da arte urbana na dinâmica da vida cotidiana físico-digital. Orientador: Michael Manfred Hanke. 2022. 156 f. Tese (Doutorado em Estudos da Mídia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2023.
Autor
Araújo, Dahiana Dos Santos
Resumen
This word is about city and urban art and how they cross each other and flow from the physical world into the digital world. The first idea of city present, made image, in my memory is a concrete layout that is discovered between streets, alleys, lanes, corners, walls that protect and expose the subjects and their crossings (DE CERTEAU, 1998; FERRARA, 2015). But the true dynamics of everyday life today presents us every day
with an idea of city that, instead of being the reverse of the other, is an extension of it (DI FELICE, 2009; LEMOS, 2009). It is nurtured in an infinite dimension that goes from the city to the digital social networks, in a path called, here in this paper, “imaginary crossings of streets-digital social networks” and that is made possible by the protagonism that the image of urban art exerts in our minds, and in many of the symbolic contexts – social, cultural, affective – that surround us, by placing us before image-messages defined here as “political-poetic narratives” (ARENDT, 2002; BACHELARD, 1978). In view of this, we dialogue with authors about the insertion of graffiti panels exposed on the street, considering its physical-digital extension, from a discussion involving the subjects and the images that affect them within scenarios that become spaces of urban legibility and places of memory (FLUSSER, 2008; HALBWACHS, 1990; NORA, 1984). To this end, through an ethnographic methodological perspective, guided by a dense description (GEERTZ, 2013), we created a field notebook to describe walking routes through street art expressions. Thus, we experimented and analyzed five urban landscapes, in the city of Fortaleza, where there is graffiti wall, discussing the relationship between the symbolic forms present in artistic expressions and the spaces that become scenarios of open-air
exhibition, world wide (DIÓGENES, 2015b; CAMPOS, 2017). A primeira ideia de cidade presente, feito imagem, em minha memória é a de um traçado concreto que se descobre entre ruas, becos, vielas, esquinas, de muros que protegem e expõem os sujeitos e suas travessias (DE CERTEAU, 1998; FERRARA, 2015). Mas a verdadeira dinâmica hodierna da vida cotidiana nos apresenta, todos os dias, a uma ideia de cidade que, ao invés de avesso daquela outra, é extensão (DI FELICE, 2009; LEMOS, 2009). Ela nutre-se numa dimensão infinita, que vai da urbe às redes sociais digitais, num trajeto chamado, aqui neste trabalho, de "travessia imaginária rua-redes" e que é possibilitada pelo protagonismo que a imagem da arte urbana exerce em nossas mentes, e em tantos dos contextos simbólicos — sociais, culturais, afetivos — que nos rodeiam, ao nos colocar diante de imagens-mensagens aqui definidas como "narrativas político-poéticas" (ARENDT, 2002; BACHELARD, 1978). Diante disso, dialogamos com autores sobre a inserção de painéis de graffiti expostos na rua, considerando a sua extensão físico-digital, a partir de uma discussão envolvendo os sujeitos e as imagens que os afetam dentro de cenários que se fazem espaços de legibilidade urbana e lugares de memória (FLUSSER; 1985; HALBWACHS, 1990; NORA, 1984). Para tanto, por meio de uma perspectiva metodológica etnográfica, guiada por uma descrição densa (GEERTZ, 1978), criamos um caderno de campo para descrever rotas caminhantes por entre expressões artísticas de rua. Desta forma, experimentamos e analisamos 5 paisagens urbanas, na cidade de Fortaleza, onde há muro grafitado, discutindo a relação entre as formas simbólicas presentes nas expressões artísticas e os espaços que se fazem cenários da exposição a céu aberto, mundo afora (DIÓGENES, 2015; CAMPOS, 2007).