masterThesis
Avaliação do nível de fadiga de mulheres no puerpério: um estudo de coorte
Registro en:
SILVA, Tatiana Camila de Lima Alves da. Avaliação do nível de fadiga de mulheres no puerpério: um estudo de coorte. Orientador: Maria Thereza Albuquerque Barbosa Cabral Micussi. 2022. 68f. Dissertação (Mestrado em Ciências Aplicadas à Saúde da Mulher) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.
Autor
Silva, Tatiana Camila de Lima Alves da
Resumen
The puerperium is a period of vulnerability due to the emotional and physical
changes that occur after childbirth and that can influence a woman's quality of life. In
this context, the decrease in physical and mental capacity associated with a persistent
lack of energy, deficiencies in concentration, decreased rest and sleep time can favor
the installation of physical and mental fatigue. The prevalence and incidence of
postpartum fatigue has not been studied extensively and is considered an inevitable,
temporary and frequently experienced symptom. This study aims to assess the level
of fatigue of women in the immediate and late postpartum period and to associate it
with sociodemographic and clinical factors. Through a prospective cohort study, 469
women were recruited from a public maternity hospital in the city of Natal-RN, from
May to December 2021. The evaluations took place in the immediate postpartum
period (between 24-48 hours) and in the puerperium. late (in the 1st and 3rd month
after delivery). An evaluation form containing information on sociodemographic,
clinical, gynecological-obstetric and newborn data was applied in the first evaluation
along with three questionnaires for fatigue assessment: Global Short Form of selfreported global health from the Information System of Measurement of Outcomes by
patient (PROMIS-GSF); multidimensional fatigue inventory (MFI) and fatigue
pictogram. These data, with the exception of sociodemographic information, were
applied one month after the assessment (AV2) and three months after delivery (AV3).
Descriptive analysis of variables was used with mean, standard deviation, median,
25th and 75th percentiles, absolute and relative frequencies. Repeated measures
ANOVA was used to compare the results of the three fatigue assessments. The
multivariate model was adjusted for independent variables with significance ≤ 0.20 in
the bivariate analysis and considering the clinical relevance for the occurrence of the
outcome. The most prevalent age group was 26 to 34 years old, 59.5% completed
elementary school, 47.6% had a salary income of up to one minimum wage and 76.1%
reported having a partner. In obstetric information, 70.6% were multiparous with a
median gestational age of 38 weeks, 60.5% had vaginal delivery, 95.7% breastfed after
delivery and 80.2% breastfed in past pregnancies. The fatigue assessment in the three
assessments showed a significant difference in the PROMIS-GSF (p < 0.01), general
fatigue domains, physical fatigue and reduced motivation of the MFI (p < 0.01) and the
fatigue pictogram (p < 0.01). 0.01). In AV3, the PROMIS-GSF showed an association between fatigue and preterm births (RR = 1.18; 95%CI: 1.02–1.37); absence of a
support network (RR = 1.14; 95%CI: 1.02–1.27); poor breastfeeding performance (RR
= 1.16; 95%CI: 1.03–1.31) and higher body mass index (BMI), (RR = 1.01; 95%CI:
1.00–1.01). From the analysis of the results of this study, it was possible to observe
the presence of fatigue in the immediate postpartum period and its increase over three
months postpartum. Prematurity, absence of a support network, poor performance in
breastfeeding and higher BMI were factors associated with the persistence of fatigue
in the late postpartum period. O puerpério é um período de vulnerabilidade devido às modificações
emocionais e físicas que ocorrem após o parto e que podem influenciar a qualidade
de vida da mulher. Nesse contexto, a diminuição da capacidade física e mental
associada à falta persistente de energia, deficiências na concentração, diminuição do
tempo de repouso e sono podem favorecer à instalação da fadiga física e mental. A
prevalência e incidência da fadiga no pós-parto ainda não foi estudada
extensivamente e é considerada um sintoma inevitável, temporário e frequentemente
vivenciado. Este estudo objetiva avaliar o nível de fadiga de mulheres no puerpério
imediato e tardio e associar a fatores sociodemográficos e clínicos. Por meio de um
estudo de coorte prospectivo foram recrutadas 469 mulheres em uma maternidade
pública na cidade de Natal-RN, no período de Maio a Dezembro de 2021. As
avaliações ocorreram no pós-parto imediato (entre 24-48 horas) e no puerpério tardio
(no 1° e 3°mês após o parto). Uma ficha de avaliação contendo informações de dados
sociodemográficos, clínicos, gineco-obstétrico e dados do recém-nascido foi aplicada
na primeira avaliação juntamente com três questionários para avaliação da fadiga:
formulário Global Short Form de saúde global autorrelatada do Sistema de informação
de Medição de Resultados pelo paciente (PROMIS-GSF); inventário multidimensional
de fadiga (MFI) e pictograma de fadiga. Esses dados, com exceção das informações
sociodemográficas foram aplicadas um mês após a avaliação (AV2) e três mês após
o parto (AV3). Foi utilizada a análise descritiva das variáveis com média, desviopadrão, mediana, percentis 25 e 75, frequências absolutas e relativas. A ANOVA de medidas repetidas foi utilizada para comparar os resultados das três avaliações de fadiga. O modelo multivariado foi ajustado para as variáveis independentes com significância ≤ 0,20 na análise bivariada e considerando a relevância clínica para a
ocorrência do desfecho. A faixa etária mais prevalente foi de 26 a 34 anos, 59,5%
concluíram o ensino fundamental, 47,6% apresentaram renda salarial de até um
salário mínimo e 76,1% relataram ter companheiro. Nas informações obstétricas,
70,6% eram multíparas com a mediana de idade gestacional de 38 semanas, 60,5%
tiveram parto normal, 95,7% amamentaram após o parto e 80,2% amamentaram em
gravidezes passadas. A avaliação da fadiga nas três avaliações mostrou diferença
significativa no PROMIS-GSF (p < 0,01), domínios de fadiga geral, fadiga física e
redução da motivação do MFI (p < 0,01) e ao pictograma de fadiga (p < 0,01). Na AV3, o PROMIS-GSF mostrou associação da fadiga com partos prematuros (RR = 1,18;
IC95%: 1,02–1,37); ausência de apoio social (RR = 1,14; IC95%: 1,02–1,27); baixo
desempenho na amamentação (RR = 1,16; IC95%: 1,03–1,31) e maior índice de
massa corporal (IMC), (RR = 1,01; IC95%: 1,00–1,01). A partir da análise dos
resultados desse estudo, pôde-se observar a presença da fadiga no puerpério
imediato e seu aumento ao longo de três meses do pós-parto. Prematuridade,
ausência de apoio social, desempenho ruim na amamentação e maior IMC foram
fatores associados à permanência da fadiga no puerpério tardio.