One of the most intriguing skills we can perform on a daily basis is dreaming. Dreams are manifestations of the dreamer's subconscious that present a diversity of repertoires, scenarios, characters and situations. Its complexity can be seen even in the various facets that the dream has acquired throughout History. From a vehicle of communication with the gods to a mechanism for promoting repressed desires, dreams always attract the attention of human beings. In recent decades, however, this curiosity about dream activities has gained greater focus from sciences, moving away, above all, from the mystical view. From this perspective, the present work aimed to discuss the behavior in question from the perspective of Tinbergen's four questions, analyzing the phenomenon from proximal and distal perspectives. In the human species, imaginary dreams are formulated from early childhood, becoming potentiated throughout life based on experiences and neural maturation. Dreaming occurs during sleep, especially in the REM phase, a paradoxical physiological state that presents intense cortical activation and muscle atony. Widely described in mammals, nocturnal daydreams seem to predate the group explosion following the Cretaceous-Paleogene extinction. In addition to their contributions to the learning process, recent research suggests another important function of oneiric activities: simulating future challenges based on experiences acquired in the past. In this way, we observed that the complexity of dreaming permeates several branches of science, being essential to conceive the phenomenon on different fronts, seeking to elucidate the enigmas that transcend the dream.Uma das habilidades mais intrigantes que uma grande parte dos seres humanos conseguem realizar cotidianamente é sonhar. Os sonhos são manifestações desencadeadas a partir dos três níveis de consciência do sonhador e que apresentam uma diversidade de repertórios, cenários, personagens e situações. Sua complexidade pode ser constatada inclusive nas diversas facetas que o sonhar adquiriu ao longo da História. Desde veículo de comunicação com deuses a mecanismo de promoção de desejos reprimidos, os sonhos sempre despertaram a atenção dos seres humanos. Nas últimas décadas, entretanto, essa curiosidade acerca das atividades oníricas obteve um maior enfoque das ciências, distanciando-se sobretudo da visão mística. Nessa perspectiva, o presente trabalho objetivou discutir o fenômeno em questão sob a óptica das quatro questões de Tinbergen, analisando tal comportamento sob visões proximais e distais ao discutir mecanismos, ontogenia, filogenia e funções do sonhar. Na espécie humana, os sonhos imagéticos são formulados a partir da primeira infância, potencializando ao longo da vida o enredo onírico a partir das experiências e amadurecimento neural. O sonhar passa a ocorrer durante o sono, sobretudo no estágio REM, estado fisiológico no qual há intensa ativação cortical e atonia muscular. Amplamente descrito nos mamíferos, os devaneios noturnos parecem ser anteriores à explosão do grupo após extinção do Cretáceo-Paleógeno. Para além das contribuições no processo de aprendizagem, pesquisas recentes apontam outra importante função das atividades oníricas: simulador para desafios vindouros com base nas experiências adquiridas no passado. Dessa forma, observamos que a complexidade do sonhar perpassa inúmeros ramos da ciência, sendo fundamental a concepção do fenômeno em diferentes frentes, buscando elucidar os enigmas que transcendem o sonhar, assim como a própria consciência humana.