Dissertação (Mestrado)
Apropriação de espaços públicos: a restrição do contato entre indivíduos de grupos sociais diferentes
Autor
Santos, Laini de Souza
Institución
Resumen
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Florianópolis, 2019. Os estudos sobre segregação socioespacial têm apresentado de forma eminente a fragmentação do espaço social, por meio da apropriação e consumo desigual entre os grupos sociais diferentes, resultando na homogeneização das relações sociais, provocando as restrições, tanto de caráter espacial, como nas formas de comunicação. Embora esse efeito seja um dos mais básicos do fenômeno da segregação, poucos estudos aprofundaram suas dimensões, sobretudo ao investigar a influência da forma urbana no estabelecimento ou omissão das redes de contato social, uma vez que, se preocupam apenas em evidenciar os aspectos socioeconômicos. Esta dissertação parte desse pressuposto e pretende investigar a copresença e os contatos sociais e suas restrições nas praças Pereira Magalhães e Coronel José Alves, localizadas na cidade de Arapiraca-AL, relacionando-os a aspectos morfológicos do contexto urbano e a aspectos socioeconômicos e individuais dos usuários. Para isso, as duas praças estão situadas em duas áreas socioeconômicas diferentes. Nestas aplicamos uma abordagem multimétodos de viés qualitativo e quantitativo fundamentando-nos atributos espaciais de cada espaço e nas relações sociais estabelecidas e restritas a partir deles. Considerados os resultados gerais, evidenciamos que a praça Coronel José Alves, do bairro Baixão, dispõe de atributos espaciais mais globais que influencia na variedade dos grupos sociais que se apropriam do espaço, diferentemente da praça Pereira Magalhães, do bairro Cacimbas, que tende a manter as trocas entre iguais, por causa da sua inserção socioespacial com características mais locais. Sendo assim, consideramos que os arranjos socioespaciais que situam as duas praças são determinantes para o estabelecimento das relações sociais e, sobretudo de suas restrições, evidenciando que a renda, uso do solo, integração e, sobretudo, a configuração visibilizam as formas mais básicas de desigualdade. A relevância desse conhecimento para as ações de planejamento urbano parte do pressuposto que a configuração urbana deve ser um dos principais elementos a serem analisados no desenvolvimento das políticas públicas que propaguem a minimização das decorrências do capitalismo que divide as relações sociais pelo poder econômico. Abstract: Studies on socio-spatial segregation have eminently presented the fragmentation of social space, through the appropriation and unequal consumption among different social groups, resulting in the homogenization of social relations, causing restrictions, both spatially and in the forms of communication. Although this effect is one of the most basic of the phenomenon of segregation, few studies have deepened its dimensions, especially when investigating the influence of urban form on the establishment or omission of social contact networks, since they are concerned only with highlighting socioeconomic aspects. This dissertation starts from this assumption and intends to investigate the co-presence and social contacts and their restrictions in the Pereira Magalhães and Coronel José Alves squares, located in Arapiraca-AL, relating them to morphological aspects of the urban context and to the socioeconomic and individual aspects of the cities. users. For this, the two squares are situated in two different socioeconomic areas. In these we apply a multimethod approach of qualitative and quantitative bias based on spatial attributes of each space and the social relations established and restricted from them. Considering the overall results, it is clear that Coronel José Alves square in the Baixão neighborhood has more global spatial attributes that influence the variety of social groups that appropriate the space, unlike Pereira Magalhães square in the Cacimbas neighborhood, which tends to maintain exchanges between equals, because of their socio-spatial insertion with more local characteristics. Thus, we consider that the socio-spatial arrangements that situate the tw.o squares are determinant for the establishment of social relations and, above all, their restrictions, showing that income, land use, integration and, above all, the configuration show the most basic forms of social relations inequality. The relevance of this knowledge for urban planning actions assumes that urban configuration should be one of the main elements to be analyzed in the development of public policies that propagate the minimization of the consequences of capitalism that divides social relations by economic power