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MUDANÇAS CLIMÁTICAS: ESTUDO DE CASO PARA ADAPTAÇÃO CLIMÁTICA E USO EFICIENTE DE ENERGIA EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS
Autor
RICHARTZ, LIDIANE
Institución
Resumen
À medida que pesquisas científicas evidenciam um aumento progressivo da temperatura terrestre, as mudanças climáticas são reconhecidas como um desafio-chave global para o século XXI. Estudar as consequências deste fenômeno tem ganhado importância mundial, inclusive no âmbito das edificações. Parte-se da problemática que novas condições climáticas impõem novos impactos aos edifícios, questionando-se que condições internas propiciarão nesses cenários futuros de aquecimento e quais estratégias projetuais serão efetivas para adaptar as habitações. Desta forma, este trabalho tem por objetivo geral investigar a adaptação e mitigação climática de edifícios residenciais multifamiliares para seis cidades brasileiras, e indicar diretrizes bioclimáticas projetuais sob contexto de mudanças climáticas. Os procedimentos metodológicos consistem de seis etapas: i) elaboração dos arquivos climáticos futuros, considerando os cenários de emissões RCP4.5 e RCP8.5 para as projeções de 2035, 2065 e 2090, a partir de arquivos MYs; ii) quantificação dos impactos das mudanças climáticas sobre as estratégias de projeto, determinando-se o potencial bioclimático por meio dos diagramas de Givoni; iii) definição de uma habitação multifamiliar para objeto de estudo (HISbase) e seu enquadramento no nível superior das normativas brasileiras de desempenho térmico; iv) elaboração de propostas de intervenções no objeto de estudo, por meio da adoção de estratégias passivas de projeto na envoltória; v) determinação da aceitabilidade térmica dos usuários por meio do modelo adaptativo de conforto e emissões de dióxido de carbono por meio das cargas térmicas, como indicadores de adaptação e mitigação climática, respectivamente e vi) simulação computacional das habitações para fins de avaliação da eficácia da aplicação de estratégias projetuais para alcançar resiliência das habitações nas projeções climáticas futuras. Sob os impactos das mudanças climáticas, as temperaturas médias do ar irá aumentar em 8% em Manaus e Curitiba, em 9% em Cuiabá, São Paulo e Florianópolis e em 6% em Teresina até o período de 2090, em consequência disso, a umidade relativa do ar tende a reduzir -5,5% em Cuiabá e -2,6% em Manaus, em relação ao período histórico. Com esses impactos as estratégias bioclimáticas passivas torna-se mais vulneráveis. A ventilação natural reduz em -71% das horas requeridas em Manaus e aumenta em +46% em São Paulo. A estratégia de sombreamento se manteve em 100% em Manaus e Teresina e, aumentou em São Paulo (51%) e Curitiba (29%). Destaca-se que em climas mais quentes a estratégia de ventilação reduzirá, dando espaço para o condicionamento de ar, o qual aumenta em +85% e +75% em Manaus e Cuiabá, respectivamente, e em clima ameno a estratégia de ventilação e sombreamento aumenta, reduzindo a necessidade de estratégias de aquecimento. Ressalta-se que as estratégias bioclimáticas convencionais, mais utilizadas nas edificações, não responderão com efetividade as novas condições climáticas. Assim, se faz necessário adaptar as habitações para absorver os impactos das mudanças climáticas, apontando diretrizes de como deve-se construir hoje, para proporcionar melhores condições térmicas nos cenários climáticos futuros.