TCCgrad
Principais chás e infusões utilizados durante a gestação e seus efeitos nesse período: uma revisão de literatura
Autor
Bernardo, Lara Rodrigues
Pizzetti, Vanessa Cristiane Schlindwein
Institución
Resumen
TCC (graduação)- Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Nutrição. Devido à crença de que o natural é seguro, muitas gestantes optam pelo uso de plantas
medicinais para alívio de sintomas decorrentes da gestação. Apesar de parecerem inofensivas,
ervas medicinais podem apresentar substâncias potencialmente perigosas, que oferecem riscos
à gestação, pelos seus efeitos tóxicos, teratogênicos e abortivos. Apesar disso, chás e infusões
são os preparos de ervas mais consumidos neste período e sua utilização ocorre usualmente de
maneira indiscriminada, com pouco ou nenhum conhecimento sobre suas propriedades e sem
supervisão profissional. Diante disso, este trabalho se propõe a realizar uma revisão de literatura
com o objetivo de reunir informações sobre os principais chás e infusões utilizados durante a
gestação e seus possíveis efeitos nesse período. Foram realizadas buscas nas bases de dados
SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Embase, PubMed, Scopus e Web of Science
(WOS). A seleção dos artigos encontrados baseou-se primeiramente na leitura de todos os
títulos e, posteriormente, de todos os resumos que contemplavam os critérios de inclusão do
estudo. Foram considerados artigos publicados na íntegra entre 2016 e 2021 e relacionados à
temática deste trabalho, incluindo materiais redigidos em inglês, espanhol e português. Dentre
os resultados encontrados, um estudo indicou que os chás mais consumidos por gestantes da
amostra eram: anis, camomila, chá (Camellia Sinensis) e erva cidreira. Foram encontrados
resultados divergentes quanto à associação entre o consumo de chá preto durante a gestação e
o crescimento fetal. O mesmo chá foi associado a diminuição do ganho de peso gestacional
(GWG). Não foi observada relação entre o consumo de chá verde, oolong ou preto por gestantes
e o risco aumentado de parto prematuro. E não houve significância estatística que relacionasse
a cafeína, presente nestes chás, com distúrbios hipertensivos da gravidez (HDP). Em
contrapartida, foi observada associação negativa entre os níveis séricos de folato e a ingestão
total de cafeína a partir do consumo dos chás verde e oolong. Foi encontrada anemia em
gestantes que bebiam chá preto e verde. É nítida, entretanto, a carência de estudos na área que
utilizem o chá como objeto de estudo e não apenas alguma substância isolada. Além disso, os
efeitos adversos são pouco documentados. Por estes motivos, não se pode afirmar que o
consumo de qualquer tipo de erva medicinal durante a gestação seja seguro. Due to the belief that natural is safe, many pregnant women choose to use medicinal plants to
relieve symptoms resulting from pregnancy. Although they seem harmless, medicinal herbs can
present potentially dangerous substances, which offer risks to pregnancy, due to their toxic,
teratogenic and abortifacient effects. Despite this, teas and infusions are the most consumed
herbal preparations in this period and their use usually occurs indiscriminately, with little or no
knowledge about their properties and without professional supervision. Therefore, this work
proposes to carry out a literature review in order to gather information about the main teas and
infusions used during pregnancy and their possible effects during this period. Searches were
carried out in the SciELO, Virtual Health Library (VHL), Embase, PubMed, Scopus and Web
of Science (WOS) databases. The selection of the articles found was based firstly on reading
all the titles and, later, all the abstracts that met the inclusion criteria of the study. Articles
published in full between 2016 and 2021 and related to the theme of this work were considered,
including materials written in English, Spanish and Portuguese. Among the results found, a
study indicated that the teas most consumed by pregnant women in the sample were: anise,
chamomile, tea (Camellia Sinensis) and lemon balm. Divergent results were found regarding
the association between black tea consumption during pregnancy and fetal growth. The same
tea was associated with decreased gestational weight gain (GWG). No relationship was
observed between the consumption of green, oolong or black tea by pregnant women and the
increased risk of preterm birth. And there was no statistical significance linking caffeine,
present in these teas, with hypertensive disorders of pregnancy (HDP). On the other hand, a
negative association was observed between serum folate levels and total caffeine intake from
the consumption of green and oolong teas. Anemia was found in pregnant women who drank
black and green tea. It is clear, however, the lack of studies in the area that use tea as an object
of study and not just some isolated substance. In addition, adverse effects are poorly
documented. For these reasons, it cannot be said that the consumption of any type of medicinal
herb during pregnancy is safe.