Article
MODA:
DA ESTÉTICA À ÉTICA AMBIENTAL BIOCÊNTRICA
Autor
SCHULTE, Neide Köhler
Institución
Resumen
A natureza é um tema freqüente que inspira as coleções de moda. Recentemente, além da estética, que está sempre presente, a moda passou a considerar a natureza não apenas como um tema para inspiração, mas sim, como algo que deve ser considerado e respeitado. Falar em respeito e consideração é falar de ética. Na Conferência do Rio 92, se introduz o conceito de desenvolvimento sustentável, definido como ‘um crescimento para todos, assegurando ao mesmo tempo a preservação dos recursos para as futuras gerações’. Esta proposta, que rompe com os antigos modelos econômicos, é a primeira a integrar meio ambiente com futuro econômico, social e cultural das sociedades humanas. Na definição para desenvolvimento sustentável, é possível observar a visão antropocêntrica do homem em relação à natureza. O ser humano está preocupado com o meio ambiente, porque sabe que a sobrevivência da sua espécie depende da preservação dos recursos naturais do planeta Terra. Portanto, atribui um valor indireto para a natureza, que deve ser preservada e recuperada visando benefício para o ser humano. Ou seja, a preocupação real e direta é com o ser humano. Numa perspectiva ambiental biocêntrica, a preocupação é diretamente com a natureza, ela deve ser preservada e recuperada, independentemente da sua função utilitária para a preservação da espécie humana. A partir do estudo do livro Respect for Nature, do teórico Paul Taylor, verificou-se uma teoria para a ética ambiental biocêntrica. É uma tentativa de estabelecer as bases racionais de um sistema de princípios morais, através do qual, o tratamento humano para com o ecossistema natural e as comunidades selvagens, deva ser guiado. Taylor argumenta que além dos deveres que possuem para com os outros seres humanos, humanos são moralmente requeridos a se preocupar com certas ações que possam beneficiar ou prejudicar os seres selvagens no mundo natural. O mundo natural não é um simples objeto para ser explorado pelos humanos, nem as criaturas utilizadas como recursos de nosso uso e consumo. Ao contrário, as comunidades de vida selvagens são merecedoras de nossa preocupação moral e consideração, pois possuem um tipo de valor que pertence a elas inerentemente.