TCCgrad
Ecotoxicidade de adjuvantes: efeitos para a fauna de solo
Autor
Filho, Altair Maçaneiro Ricardo
Institución
Resumen
TCC (graduação)- Universidade Federal de Santa Catarina. Campus Curitibanos. Agronomia. O surgimento da revolução verde logo após a segunda guerra mundial, proporcionou um
aumento expressivo nas produções agrícolas e por consequência o surgimento de novas
tecnologias como os agrotóxicos e adjuvantes. Os afins também chamados de adjuvantes são
moléculas comercializadas que possui a finalidade de aumentar a eficiência dos agrotóxicos, e
podem ser divididos em aditivos, que alteram diretamente as características da planta, como a
cutícula e os surfatantes que atuam nas propriedades dos líquidos. O registro dos adjuvantes
passava pela mesma regulamentação dos agrotóxicos a chamada “lei dos agrotóxicos” Lei 7802,
de 11 de julho de 1989. Entretanto, a partir dos atos de 2017, ficou definido que todos os
produtos chamados adjuvantes perderiam os registros e os novos produtos não precisariam mais
dos dossiês da ANVISA e IBAMA e do registro do MAPA. Vários adjuvantes possuem efeitos
nocivos na fauna, como mostra alguns trabalhos, entretanto, não se sabe o real risco dos
adjuvantes usados unicamente para a fauna edáfica. A ecotoxicologia é uma ciência que visa
estudar moléculas testando em organismos padronizados por normas ABNT NBR ISO, para
encontrar possíveis efeitos em organismos não alvo da fauna edáfica. O objetivo deste trabalho
foi avaliar os efeitos ecotoxicológicos dos principais grupos de adjuvantes comercializados
como o óleo vegetal de soja (Aureo®), óleo vegetal de casca de laranja (Wetcit Gold®), Noni
poli etanol (Agral®), siliconado (Break thru®) e óleo mineral (Nimbus®) para a fauna edáfica
através de ensaios fuga, letalidade e reprodução com organismos não-alvo como F. candida, E.
andrei e E. crypticus em solo SAT (solo artificial tropical) nas doses recomendadas pelo
fabricante. No ensaio de fuga, houve fuga em todos os adjuvantes com os organismos E. andrei
e F. candida. No ensaio de letalidade de F. candida houve diferenças estatísticas com o
controle, nos produtos Noni poli etanol (Agral®) e óleo mineral (Nimbus®). Nos ensaios de
reprodução, houve redução significativa no número de juvenis nos tratamentos com Noni poli
etanol (Agral®) e óleo mineral (Nimbus®) para a F. candida, e Noni poli etanol (Agral®), óleo
mineral (Nimbus®) e siliconado (Break thru®), para o organismo-teste E. crypticus. Os
resultados mostram que os adjuvantes podem ser tóxicos à fauna edáfica, principalmente os
produtos formulados à base de óleo mineral (Nimbus®), siliconado (Break thru®) e Noni poli
etanol (Agral®). The emergence of the green revolution soon after the second world war, provided a significant
increase in agricultural production and consequently the emergence of new technologies such
as pesticides and adjuvants. The affines also called adjuvants are commercialized molecules
with have the purpose of increasing the efficiency of pesticides, and they can be divided into
additives, which directly change the characteristics of the plant, such as the cuticle and the
surfactants that act on the properties of liquids. The registration of adjuvants passed through the
same regulation of pesticides, the so-called "law of pesticides" Law 7802, of July 11, 1989.
However from the acts of 2017, it was defined that all products called adjuvants would lose
registrations and new products they would no longer need ANVISA and IBAMA dossiers and
MAPA registration. Several adjuvants have harmful effects on the fauna, as shown in some
studies, however, the real risk of the adjuvants used solely for the edaphic fauna is not known.
Ecotoxicology is a science that aims to study molecules by testing on organisms standardized
by ABNT NBR ISO standards, to find possible effects on non-target organisms of edaphic
fauna. The objective of this work was to evaluate the ecotoxicological effects of the main groups
of commercialized adjuvants such as soybean vegetable oil (Aureo®), orange peel vegetable
oil (Wetcit Gold®), Noni poly ethanol (Agral®), silicone (Break thru ®) and mineral oil
(Nimbus®) for edaphic fauna through escape, lethality and reproduction tests with non-target
organisms such as F. candida, E. andrei and E. crypticus in SAT soil (tropical artificial soil) at
the doses recommended by the manufacturer. In the leak assay, all adjuvants leaked with E.
andrei and F. candida organisms. In the lethality assay of F. candida there were statistical
differences with the control, in the products Noni poly ethanol (Agral®) and mineral oil
(Nimbus®). In the reproduction trials, there was a significant reduction in the number of
juveniles in the treatments with Noni poly ethanol (Agral®) and mineral oil (Nimbus®) for F.
candida, and Noni poly ethanol (Agral®), mineral oil (Nimbus®) and siliconized (Break
thru®), for the test organism E. crypticus. The results show that adjuvants can be toxic to
edaphic fauna, especially products formulated based on mineral oil (Nimbus®), siliconized
(Break thru®) and Noni poly ethanol (Agral®).