TCCgrad
Análise clínica e histopatológica dos casos de Queilite Actinica e Carcinoma de Lábio atendidos no ambulatório de Estomatologia do HU/UFSC/EBSERH
Autor
Gaspar, Paulo Augusto
Institución
Resumen
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Odontologia. A Queilite Actínica (QA) é uma lesão com potencial de transformação maligna localizada na região do vermelhão do lábio devido à radiação ultravioleta (UV). A QA geralmente acomete pessoas leucodermas acima de 45 anos que tem exposição solar ocupacional. A QA embora não notada pelo paciente pode se caracterizar clinicamente como perda do limite muco-cutâneo do vermelhão do lábio, áreas leucoplásicas, áreas eritematosas, consistência aumentada, úlcera, crosta, descamação ou ressecamento. O prognóstico em geral é bom, porém se não tratado e não removido o fator etiológico, pode evoluir para Carcinoma Epidermoide. O Carcinoma Epidermoide de Lábio (CEL) é um tipo de câncer bucal que se desenvolve na junção da cavidade bucal e da pele, sendo mais comum ocorrer no lábio inferior (80%), enquanto que no lábio superior e nas comissuras ocorre com menos frequência (5-8% e 7-15% respectivamente) A etiologia do CEL é altamente relacionada com a exposição crônica da luz solar (especialmente a UVB) e outros fatores como baixas condições sociodemográficas, suscetibilidade genética e imunossupressão que podem produzir um efeito sinérgico. É importante ressaltar que o CEL pode evoluir de uma lesão com potencial de transformação maligna do lábio, como a QA. Este trabalho teve como objetivo realizar um levantamento dos casos de QA e CEL atendidos no Ambulatório de Estomatologia do Núcleo de Odontologia Hospitalar do HU/UFSC. Para tanto foram coletados dados clínicos de 48 pacientes, para poder estimar a sua taxa da transformação maligna. Como os resultados, obtivemos que 100% eram leucodermas, sendo 64,58% (N=31) pacientes homens com uma média de idade de 63 anos. De todos os pacientes, 47,92% (N=23) ainda sofrem exposição solar, tendo 12 como o número médio de consultas. Foram avaliadas as características clínicas das lesões detectadas na primeira e na última consulta de acompanhamento dos pacientes, sendo a perda da linha muco-cutânea a mais presente. Também foram avaliadas as características histopatológicas obtidas em todas as 46 biópsias realizadas. Como conclusão obtivemos que a taxa de transformação maligna de QA para CEL foi de 5,2%, isso se dá ao acompanhamento seriado e por longo prazo, identificando as alterações clínicas sugestivas de malignização e o reforço da relevância da proteção solar sendo imprescindível para se manter essa baixa taxa de transformação.