Dissertação
Controle de doenças pós-colheita do mamão : avaliação do tratamento hidrotérmico e do 1-metilciclopropeno (1-mcp)
Fecha
2023-01-24Registro en:
MARTINS, Denize Maria Silva. Controle de doenças pós-colheita do mamão: avaliação do tratamento hidrotérmico e do 1-metilciclopropeno (1-mcp). 2004. 136 f., il. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2004.
Autor
Martins, Denize Maria Silva
Institución
Resumen
O mamão (Carica papaya) tem sua maturação acelerada após a colheita, em parte devido a ação do etileno. Com o rápido amadurecimento, a vida pós-colheita é reduzida causando perdas principalmente em razão a doenças como a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) e a podridão peduncular (Phoma cartcae-papayae). Neste trabalho avaliou-se o efeito do tratamento hidrotérmico e do 1-Metilciclopropeno (1-MCP - um inibidor efetivo na ação do etileno) no controle dessas doenças. Foram testados dois isolados de C. gloeosporioides (‘Cg 32’ e ‘Cg 78’) e um de P. caricae-papqyae (‘P 725’) em frutos do grupo ‘Solo’ e ‘Formosa’. Os frutos foram limpos, marcados e feridos (3mm) em cinco pontos ao longo do fruto, inoculados com os patógenos (50pl - 1 x 106 conídios/mlX colocados em câmara úmida por 24 horas e então submetidos aos tratamentos. Para o tratamento hidrotérmico dois grupos de experimentos foram efetuados: (1) frutos submetidos a 10, 15, 20, 25 e 30 min a 48°C de tratamento hidrotérmico; e (2) frutos submetidos a 44, 46, 48 e 50°C por 20 min de tratamento hidrotérmico. Após o tratamento os frutos foram resfriados em água (13 ± 1°C / 20 min) e armazenados (14 dias) em câmara fria (13 ± 1°C e de 85-100% UR). No tratamento com 1-MCP dois grupos de experimentos foram efetuados: (1) frutos do grupo ‘Solo’e ‘Formosa’ inoculados com os isolados de C. gloeosporioides (‘Cg 32 e ‘Cg 78’) e submetidos a 0,100 e 200 ppb de 1-MCP; e (2) frutos do grupo ‘Solo’ inoculados com ‘Cg 32’, ‘Cg 78’ e ‘P 725’; frutos do ‘Formosa’ inoculados com ‘Cg 78’ e submetidos a 0, 100 e 200 ppb de 1-MCP, e frutos do grupo ‘Formosa’ inoculados com ‘Cg 32’ e ‘P 725’ submetidos a 0, 100, 200 e 400 ppb de 1-MCP. Os tratamentos foram aplicados por um período de 12h a 20°C. Após o tratamento (1-MCP) os frutos foram armazenados por 14 dias (Io grupo de tratamento) e 10 dias (2o grupo de tratamento) em câmara fria (13±1°C e 85- 100% UR). Avaliou-se diariamente o diâmetro das lesões dos frutos e ao final do período XV avaliado foi realizada análise fisico-química dos frutos (firmeza, sólidos solúveis totais, pH, acidez titulável e porcentagem de massa fresca). Para o tratamento hidrotérmico, não houve diferença significativa entre a testemunha (sem tratamento hidrotérmico) e os tratados, nas variáveis físico-químicas avaliadas. Nos experimentos com os isolados ‘Cg 78’ e ‘P 725’, o tratamento hidrotérmico por 10 min não reduziu significativamente a antracnose e podridão peduncular, enquanto que os demais tratamentos reduziram as lesões, em relação a testemunha. Nos testes efetuados com o isolado ‘Cg 32’, os períodos de 10 e 15 min não foram eficientes na redução das podridões, porém os tratamentos de 20 a 30 minutos foram eficientes. No segundo grupo de experimentos as temperaturas de 48 e 50°C reduziram significativamente as podridões causadas pelos isolados ‘Cg 32’ e ‘P 725’ nos grupos ‘Solo’ e ‘Formosa’. No entanto, somente a temperatura de 50°C reduziu a doença em frutos do grupo ‘Solo’ inoculados com o isolado ‘Cg 78’. No primeiro grupo de experimentos com tratamento com 1-MCP, em frutos do grupo ‘Formosa’ inoculados com ‘Cg 78’, e tratados com o produto houve favorecimento à doença, apresentando lesões maiores que a testemunha. Entretanto não houve diferença entre os tratamentos em frutos do grupo‘Formosa’ inoculados com ‘Cg 32’ e ‘Solo’ inoculados com ‘Cg 32’ e ‘Cg 78’. No segundo grupo de experimentos, os frutos do grupo ‘Formosa’ foram menos afetados pelas doenças, nas seguintes situações: (I) inoculados com ‘Cg 32’ e tratados com 100, 200 e 400 ppb, (II) inoculados com ‘Cg 78’ e tratados com 200 ppb e (III) inoculados com ‘P 725’ e tratados com 100 ppb. Os tratamentos com 1-MCP realizados em frutos do grupo ‘Solo’, inoculados separadamente com cada um dos três patógenos, não foram eficientes na redução das doenças. Quanto as análises fisicoquímicas, no 1° grupo de experimento, a firmeza e o pH foram significativamente menores na testemunha (sem tratamento com 1-MCP) em todos os tratamentos, exceto em frutos do grupo ‘Formosa’ inoculados com ‘Cg 32’, nas demais variáveis avaliadas não houve diferença significativa. No segundo grupo de experimentos, a firmeza foi significativamente maior em frutos do grupo ‘Formosa’ tratados e inoculados com ‘Cg 32’ e ‘P 725’ e em frutos do grupo ‘Solo’ inoculados com ‘Cg 32’, ‘Cg 78’ ‘P 725’, não havendo diferença entre os tratamentos nas demais variáveis avaliadas.