Tese
Reações fisiológicas e estresse de estudantes em simulação clínica materno-infantil : estudo quase-experimental
Fecha
2023-01-23Registro en:
BRASIL, Guilherme da Costa. Reações fisiológicas e estresse de estudantes em simulação clínica materno-infantil: estudo quase-experimental. 2021. 119 f., il. Tese (Doutorado em Enfermagem) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Brasil, Guilherme da Costa
Institución
Resumen
Introdução: Os cenários simulados são capazes de induzir altos níveis de estresse agudo em
estudantes, porém, não fica claro se existe associação desse estresse com padrões fisiológicos
por ele percebidos. Em níveis fisiológicos, o estresse pode ser positivo, necessário e
estimulante, e se caracteriza por um conjunto de alterações biológicas que preparam o
organismo para reagir sobre um evento novo e desconhecido, favorecendo respostas mais
rápidas e assertivas. Há evidência que a simulação clínica auxilia no aprendizado do aluno,
porém, este estudo torna-se inovador por agregar o cortisol salivar como resposta associado à
reações fisiológicas percebidas em situações de simulação materno-infantil. Objetivo: Avaliar
as reações fisiológicas, respostas estressoras percebidas e o nível de cortisol em situações
simuladas em cenário materno-infantil. Método: Estudo quase-experimental realizado no
Laboratório de Habilidades e Simulação do Cuidado do Curso de Enfermagem da Universidade
de Brasília do campus Ceilândia. Os participantes da pesquisa foram 73 estudantes de
graduação do curso de enfermagem recrutados de forma voluntária, regularmente matriculados
na disciplina Cuidado Integral à Saúde da Mulher e da Criança. A coleta aconteceu em 2019
em dois semestres distintos. A intervenção foi a simulação clínica em âmbito materno-infantil.
Aplicamos o Inventário Reações Fisiológicas do Estresse e o Inventário de Escala de Stress
Percebido pré e pós-simulação. O cortisol salivar basal foi coletado e em período pré e pós-
simulação. Para análise dos dados, foi utilizado estatística descritiva e inferencial. Resultados:
Quanto às características sociodemográficas, a amostra foi majoritariamente feminina, com
média de idade de 22 anos. No inventário de estresse percebido, não houve diferença
significativa entre as variáveis nas fases pré e pós-simulação (p=0.347). Para o inventário de
reações fisiológicas não houve diferença estatística entre os tempos pré e pós-simulação
(p=0.367). Na fase pré-simulação, a fadiga esteve “frequentemente” ou “constantemente”
presente em mais da metade dos estudantes (n=45). Quanto ao cortisol salivar, não houve
relação entre as fases pré e pós-simulação (p=0.374), pré e basal (p=0.331), e pós e basal
(p=0.398). As participantes que tomam anticoncepcional tem em média um maior nível de
cortisol na fase pré-simulação. Não houve correlação entre tomar café e o nível elevado de
cortisol. Quando à prática de exercícios físicos, a média dos níveis de cortisol não são diferentes
nas categorias da variável. Conclusão: A simulação desencadeou alterações fisiológicas
durante a simulação clínica. As concentrações de cortisol foram mais elevadas no período pré-
simulação. As reações fisiológicas moderadas estavam maiores no pós-simulação, e os altos
sintomas mais elevados no pré-simulação. O nível de estresse percebido esteve presente nas
fases pré e pós-simulação.