Dissertação
Faixa Rio Preto : atividade microbiológica, grafita e manganês no Neoproterozoico do nordeste brasileiro
Fecha
2023-01-09Registro en:
REZENDE, Eduardo Soares de. Faixa Rio Preto: atividade microbiológica, grafita e manganês no Neoproterozoico do nordeste brasileiro. 2021. 138 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Rezende, Eduardo Soares de
Institución
Resumen
O Neoproterozoico é uma era marcada principalmente pela quebra do Rodínia e
formação do Gondwana, pela ocorrência de eventos glaciais, pela geração de depósitos
de manganês e ferro e por um aumento na produtividade e diversidade de
microorganismos.Esses fenômenos globais estão registrados na Faixa Rio Preto,
localizada na Província Borborema, no nordeste do Brasil. O grupo rio preto é uma
seuquência metassedimentar que foi deformada durante Orógeno Brasiliano-Pan
Africano no Gondwana Oeste. A deposição do Grupo Rio Preto se inicia da base para o
topo por uma camada de metadiamictitos, seguindo pela por metadolomitos e por uma
sequência de xistos e quartzitos. Ocorre ainda Grupo Santo Onofre,também composto
por uma sequência de xistos e quartzitos. Esses dois grupos são caracterizados pela
ocorrência de rochas manganesíferas. O manganês é tem origem sedimentar e
exalativa. Ocorre uma fácies em que predomina os óxidos e outra representado pelos
gonditos e xistos onde há uma maior proporção de minerais silicatos de manganês
como a esperssatita e anfibólio. Características químicas como alta razão de Al e baixa
razão de Na/Mg e Pb/Zn indicam um ambiente plataformal raso. Essas rochas ainda
apresentam anomalias positivas de Ce, indicativo de processos de oxidação. Sugerimos
que essas rochas se formaram num contexto de ressurgência em que íons migraram de
uma porção mais funda do oceano para uma porção mais rasa e distante das fumarolas.
Análises de isótopos de Sm-Nd Grupo Rio Preto e o Grupo Santo Onofre indicam que
ambos têm uma mesma fonte relacionada ao Orógeno Cariris Velhos e o Cráton do São
Francisco e a possibilidade do Grupo Rio Preto ser uma bacia derivada de arco.Foi
descrito pela primeria vez a presença de evidências de vida microbiológica no
Neoproterozoico do Brasil, em rochas contendo grafita da faixa Rio Preto, uma
sequência metassedimentar deformada durante a Orogenese Brasiliana-Panafricana no
Oeste do Gondwana. Em nosso estudo foi possível identificar supostas estrutruas de
origem orgânica, como filamentos que sugerem a morfologia de cianobactérias, discos
de grafita que remetem a seres eucariontes e estruturas de agulhas de óxidos de ferro
que podem ser produtos de atividade celular, Análises de isótopos de C13 indicaram
valores em torno de -25 δ
13C‰.compatíveis com uma assinatura orgânica. A
espretroscopia Raman permitiu calcular um pico de temperatura em torno de 501°C
confirmando o metamorfismo regional em fácies anfibolito. A combinação de análises de
Raman e FTIR identificou a presença de mateiral orgânico e inclusive de
hidrocarbonetos e outros grupos funcionais marcados pela presença de ligações, O-H,
C-O e dissulfetos. Finalmente, a atividade microbiológica na bacia precurssora do Grupo
Rio Preto teria tido papel importante na precipitação dos óxidos de manganês e ferro
presentes na região, seja fornecendo O pela fotossíntese ou alterando a acidez do meio
por meio da liberação de H+.