Tese
Detecção e caracterização molecular de allexivirus e estudo de degenerescência em plantas de alho (allium sativum l.) provocada por vírus
Fecha
2023-01-24Registro en:
MELO FILHO, Péricles De Albuquerque. Detecção e caracterização molecular de allexivirus e estudo de degenerescência em plantas de alho (allium sativum l.) provocada por vírus. 2003. xviii, 116 f., il. Tese (Doutorado em Fitopatologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2003.
Autor
Melo Filho, Péricles de Albuquerque
Institución
Resumen
Bulbos de alho das cultivares Amarante e Caçador foram coletados nos municípios de Água Fria (Goiás), Gama (Distrito Federal) e São Gonçalo (Minas Gerais) e analisados via Dot-Elisa com a finalidade de detectar a presença de espécies de Allexivirus. Os estudos foram desenvolvidos durante os anos de 1999 a 2003. Testes sorológicos foram realizados utilizando anticorpos monoclonais específicos para três espécies do gênero: Garlic virus A (GarV-A), Garlic virus B (GarV-B) e Garlic virus C (GarV-C) e um anti-soro polivalente capaz de detectar as três espécies citadas e mais Garlic virus D (GarV-D). Foram observadas reações positivas de algumas amostras para cada um dos anti-soros utilizados. A purificação biológica das espécies de Allexivirus foi efetuada após quatro inoculações mecânicas e sucessivas em Chenopodium quinoa. Oligonucletídeos específicos para amplificação da capa protéica de cada espécie foram sintetizados com base na seqüência de isolados japoneses obtidas do GenBank. Fragmentos amplificados por RT-PCR foram cio nados em pGEM-T e seqüenciados automaticamente. A comparação das seqüências do gene da capa protéica completa de cada isolado brasileiro com as seqüências dos isolados japoneses e um isolado argentino revelaram a presença de Garlic mite-bome füamentous virus (GarMbFV), GarV-C e GarV-D. Os resultados sorológicos indicaram também a possível presença de GarV-B, entretanto, essa espécie não foi amplificada por RT-PCR Foram produzidas sondas não-radioativas para detecção dos Allexivirus encontrados no BrasiL Este trabalho contribuiu para o primeiro relato da ocorrência de espécies de Allexivirus no Brasil e o estabelecimento de metodologia de detecção por RT-PCR no país. Foram também desenvolvidos estudos de degenerescência de plantas de alho provocada por infecção por vírus. Os estudos foram conduzidos em seis experimentos sob condições de campo nos municípios de Água Fria/GO e Gama/DF. O delineamento experimental adotado foi de blocos ao acaso com n + 2 tratamentos e seis repetições, onde n foi o número de gerações em que o alho foi exposto ao complexo viral no ano anterior e os outros dois tratamentos foram o alho livre de vírus e o material utilizado pelos agricultores. O alho livre de vírus foi obtido por cultura de ápices caulinares e termoterapia e indexado por Isem na Embrapa Hortaliças. As plantas livres de vírus produziram, em média, 100 % mais que a testemunha. Até a quarta exposição a produtividade foi superior em pelo menos 50 % em relação ao controle. A qualidade dos bulbos também foi superior à testemunha em todos os tratamentos. Da primeira à quarta exposição, foram produzidos aproximadamente 72 %, 60 %, 59 % e 53 % dos bulbos nas classes de 4 a 7 (as mais valorizadas no mercado), respectivamente,. Já o controle produziu aproximadamente 35 % dos bulbos nestas mesmas classes. O trabalho mostrou que é viável a produção de alho utilizando-se semente produzida a partir de bulbilhos livre de vírus com excelente rendimento, no mínimo, até a sétima exposição consecutiva ao complexo viral encontrado sob condições de campo. Em ambientes com menor pressão de inóculo, é possível que o processo possa se estender por mais gerações. Em todos os anos foi crescente a infecção por vírus da primeira para a última exposição. Com base nos dados obtidos, propõe-se um sistema de multiplicação de bulbilhos-semente de alho livres de vírus para utilização por parte dos agricultores.