Tese
Estudo sobre o metabolismo socioecossistêmico urbano da região de Taguatinga - DF e as alterações ambientais globais
Fecha
2023-01-24Registro en:
DIAS, Genebaldo do Freire. Estudo sobre o metabolismo socioecossistêmico urbano da região de Taguatinga - DF e as alterações ambientais globais. 1999. 178 f., il. Tese (Doutorado em Ecologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 1999.
Autor
Dias, Genebaldo do Freire
Institución
Resumen
A influência da espécie humana sobre a Terra atingiu uma escala global em magnitudes e taxas sem precedentes, envolvendo impactos crescentes sobre a biosfera. Estas influências, produzidas inadvertidamente ou propositadamente, geraram mudanças globais dramáticas que podem alterar a vida humana por muito tempo. Embora os fenômenos naturais tenham o seu papel nestas mudanças, a maior parte delas foi precipitada pelos seres humanos e são o resultado das relações política, social, econômica, ecológica, ética, cultural e tecnológica dos seres humanos com a Terra. Incluem efeito estufa, redução da camada de ozônio, desflorestamento, destruição de habitats, perda da biodiversidade e alterações climáticas, dentre outras. Essas alterações, em geral começam nas cidades. Estilos de vida com alto padrão de consumo e de geração de resíduos, uso de energia e outras atividades, criaram um tipo de ecossistema com o mais alto metabolismo e a maior rede de interações na natureza. A despeito da importância dessas interrelações, ainda há uma surpreendente falta de estudos sobre o tema. Usando uma abordagem integrada que inclui uma diversidade de métodos e técnicas como medidas não-intrusivas, grupos funcionais e pegada ecológica, este estudo investiga como um socioecossistema urbano pode contribuir para as alterações ambientais globais devido ao seu gigantesco metabolismo. Busca compreender pontos adicionais das dimensões humanas nessas mudanças e testar a hipótese de que o socioecossistema urbano estudado, apesar de estar contido em um País com problemas de desenvolvimento, exibe em seu ecometabolismo, contribuições para as mudanças ambientais globais tendendo a padrões de Países mais industrializados. Para tanto, reuniu-se um conjunto de dados sobre as alterações de uso/cobertura do solo e sobre o metabolismo energético-material da região urbana escolhida (Taguatinga, Distrito Federal). Foram estudados os efeitos do crescimento populacional, dos padrões de consumo e da urbanização, por meio de dois grupos funcionais: mudanças de uso/cobertura do solo e metabolismo socioecossistêmico urbano. No primeiro, foram focalizados o desflorestamento, a perda de habitats e da biodiversidade; e no segundo, o consumo de alimentos, papel, madeira, eletricidade, água, combustíveis e a geração de resíduos, bem como a emissão de gases-estufa devido a tais atividades. Em ambos os casos foram examinadas as conseqüênciass do desenvolvimento de atividades em termos de contribuições às variações ambientais globais. Os resultados foram utilizados numa matriz de comparação, cruzando estas infoimações com as de outros tipos de ecossistemas. Verificou-se que o socioecossistema urbano estudado, em termos comparativos, possui capacidade de induzir alterações ambientais globais mais do que qualquer outro tipo de ecossistema. A análise da pegada ecológica revelou que as cidades estudadas requerem uma área 120 vezes maior do que a sua própria área para sustentar o seu metabolismo. A despeito de ser uma região urbana situada em um país com problemas de desenvolvimento, a emissão de gases-estufa foi maior do que a média mundial. Isto indica que a dispersão global da urbanização sob este estilo de vida é incompatível com o desenvolvimento sustentável ou qualquer outra tentativa de estratégia de sobrevivência para manter a espécie humana na sua escalada evolucionária.