Tese
O mosaico morfológico : vitalidade urbana em áreas centrais de Goiânia
Fecha
2022-12-20Registro en:
ARRAIS, Juliana de Souza e Silva. O mosaico morfológico: vitalidade urbana em áreas centrais de Goiânia. 2022. 289 f., il. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Arrais, Juliana de Souza e Silva
Institución
Resumen
Esta tese consiste em uma análise da relação entre morfologia e vitalidade em centralidades
funcionais, medida pelos padrões (feições e relações) e fluxo de movimento de pessoas
(correlações) existentes nos espaços públicos. Como condição, a pesquisa considera o exame
de centros planejados em cidades brasileiras, produto de um planejamento ordenado, optando
como objeto de estudo a cidade de Goiânia e seus centros funcionais, situados na zona central
da capital. O estudo apresenta uma proposta metodológica amparada, sobretudo, nos aspectos
teóricos, metodológicos e ferramentais da Teoria da Lógica Social do Espaço ou Sintaxe
Espacial, para entender como a sociedade pode ser lida por meio do espaço e possibilitar a
avaliação do sistema urbano em diversos níveis (Global e Local). Contudo, são acrescentadas
outras abordagens apontadas na revisão da literatura para além da Sintaxe, necessárias à
compreensão da complexidade que conforma as dinâmicas de vida pública nos centros. Desse
modo, a metodologia aplicada é constituída por 11 variáveis - que abrangem categorias
configuracionais e não configuracionais, geométricas e topológicas - distribuídas pelos eixos
estruturantes da pesquisa “Padrões Morfológicos, Configuração Espacial e Vitalidade
Urbana”. A tese assume como questões de pesquisa: 1) De que maneira o planejamento
ordenado, por meio da reprodução de padrões no sistema urbano, afeta a vitalidade dos centros
funcionais planejados?; 2) Quais são as principais variáveis que se correlacionam com a
vitalidade dos centros funcionais planejados, considerando centralidades com diferentes
padrões de desenho urbano? e; 3) Os padrões que promovem o fluxo de movimento de pessoas
funcionam de forma similar para os centros funcionais planejados, com traçados regulares,
independente se apresentam desenhos geométricos simples ou complexos (“orgânicos”)?. Estas
questões conduziram a formação da hipótese de que o planejamento ordenado, tal como ocorreu
em cidades brasileiras "planejadas" como Goiânia, comprometeu a vitalidade dos seus centros
funcionais planejados, por simplificar as relações complexas que promovem as centralidades
em estruturas urbanas. Os resultados solidificam o papel do planejamento ordenado, a partir da
reprodução de padrões, como estratégia que afeta a vitalidade urbana, sobretudo em
centralidades funcionais. Isso porque o planejamento, ao reproduzir modelos que utilizam
padrões simplificados e que reduzem as conexões necessárias que conformam o sistema urbano,
traz prejuízos ao deslocamento dos pedestres, diminuindo o fluxo de movimento de pessoas nas
vias, desencadeando processos de degradação dos espaços públicos, especialmente dos centros
das cidades.