Dissertação
Desempenho térmico e energético em estabelecimentos assistenciais de saúde : três contextos climáticos do Brasil
Fecha
2022-12-26Registro en:
SANCHO, Lilian Maciel Furtado. Desempenho térmico e energético em estabelecimentos assistenciais de saúde: três contextos climáticos do Brasil. 2022. 164 f., il. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Sancho, Thaís Aurora Vilela
Institución
Resumen
Os estabelecimentos assistenciais de saúde, além de servirem de local onde
se oferece a assistência à saúde dos pacientes, devem apresentar características
arquitetônicas que conciliem o conforto ambiental aos usuários com a eficiência
energética. Partindo dessa premissa, esta dissertação avaliou o desempenho
térmico e energético de uma tipologia arquitetônica hospitalar em particular, as
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), tomando como base o projeto de
referência em três contextos climáticos do Brasil - quente-seco, quente-úmido e
subtropical. O estudo cumpriu as seguintes etapas: revisão de bibliografia, normas e
legislações arquitetônicas específicas; caracterização e análise do objeto de estudo;
e, por fim, execução, em duas fases, de simulações termoenergéticas do ambiente
“sala de observação” ventilado naturalmente, realizadas com auxílio do programa
DesignBuilder para as cidades de Brasília, Salvador e Florianópolis, que
caracterizam os climas supracitados. Na primeira fase de simulações, analisou-se o
percentual de horas ocupadas em conforto (POC), em função do índice de
temperatura neutra (Tn) e a taxa de renovação de ar (ACH), para definir a orientação
de implantação do projeto-referência mais apropriada à obtenção dessas
renovações. Na segunda fase, avaliaram-se os ganhos térmicos da envoltória e a
demanda de energia elétrica da sala de observação em sua forma básica (casobase) e em cenários com diferentes propostas para a melhoria da envoltória
(cobertura e sombreamento). Os resultados apontaram que, no contexto climático de
Brasília e Florianópolis, a sala de observação ventilada naturalmente com melhorias
na envoltória – mudança da cobertura e instalação de dispositivos de sombreamento
– alcançou índices satisfatórios de POC de 84% em Brasília e 80% em Florianópolis,
bem como ACH superior a 12, além de eficiência energética nível A em ambas as
cidades. No entanto, aplicadas as mesmas condições para Salvador, apenas o ACH
foi satisfatório. No contexto climático de Salvador, apesar de essas melhorias não
possibilitarem ao ambiente ventilado de forma natural índices adequados de conforto
térmico e eficiência energética, elas permitiram ao ambiente climatizado
artificialmente a redução da demanda de energia elétrica, obtendo nível A de
eficiência energética (RTQ-C), com o percentual de redução (PRCEPreal-D) de
21,06%. Como base nesses resultados, indica-se um conjunto de diretrizes para os
projetos de referência relacionados à orientação e às envoltórias, respectivamente
para favorecer o aproveitamento da ventilação natural e reduzir ganhos térmicos
para obter mais eficiência energética nos contextos climáticos analisados. Sua
adoção teria como consequência a melhoria da qualidade ambiental dos espaços
nos estabelecimentos assistenciais de saúde, contribuindo potencialmente para a
redução de custos dos cofres públicos com climatização artificial e permitindo aos
usuários ambientes mais saudáveis e humanizados.