Tese
Variabilidade da temperatura de superfície diurna entre as zonas climáticas locais (LCZ) : um estudo para a área urbana do Distrito Federal
Fecha
2022-12-16Registro en:
WERNECK, Daniela Rocha. Variabilidade da temperatura de superfície diurna entre as zonas climáticas locais (LCZ): um estudo para a área urbana do Distrito Federal. 2022. 174 f., il. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Werneck, Daniela Rocha
Institución
Resumen
Cidades modificam o clima em diferentes escalas de análise, criando uma
condição distinta definida como clima urbano. Também são impactadas por
alterações climáticas de outras escalas, como regional e global. Nota-se a
influência do clima em questões como o bem-estar das pessoas, energia,
saúde e poluição. Logo, deve estar no foco de trabalho do arquiteto
urbanista. As transformações nos padrões de urbanização e suas interações
com o clima urbano carecem de uma produção de dados para descrever o
tecido urbano e captar diferentes respostas climáticas. Assim, uma descrição
coerente com a realidade da cidade, tanto em escala quanto em forma e
função, é necessária para o desenvolvimento de estratégias de mitigação
dos efeitos de ilhas de calor, por exemplo. Partindo desse aspecto, o objetivo
principal é relacionar a estrutura espacial das zonas climáticas locais (LCZ)
da macrozona urbana com a temperatura de superfície, índices de
vegetação e umidade no contexto climático do Distrito Federal. Para uma
visão na escala da cidade, foram adotadasimagens do satélite Landsat 8 para
gerar a classificação de zonas climáticas locais com a ferramenta LCZ
Generator. Dados do mesmo satélite processados no Google Earth Engine
foram utilizados na caracterização espectral da vegetação (índice EVI),
umidade (índice NDMI) e temperatura de superfície nos períodos quenteseco e quente-úmido. A integração final dos dados espectrais e espaciais
obtidos foi realizada por meio de estatística zonal no programa QGis.
Análises estatísticas de distribuição de dados, correlação e de
ranqueamento de postos também avaliaram se o delineamento das LCZ
resultou em valores espectrais diferentes entre as classes. Por último,
realizou-se uma análise exploratória de dados espaciais (AEDE) para
identificar padrões e interdependência para a temperatura de superfície.
Notou-se que a temperatura de superfície é mais elevada e com respostas
espacialmente variadas nas classes urbanas, principalmente onde há menor
presença de vegetação sadia e menor teor de umidade na vegetação. A LCZ
8 (aberta com grandes edificações) e LCZ 3 (compacta de baixa elevação) se
destacaram com temperatura de superfície média mais elevada dentre as
classes de tipologias urbanas. Na AEDE, observou-se regiões com
dependência espacial, sendo mais evidentes na estação chuvosa. As
evidências demonstram que a classificação de LCZ pode ser útil como
ferramenta de apoio para monitorar e promover uma hierarquia de áreas a
serem priorizadas na implementação de estratégias de mitigação de altas
temperaturas.