Tese
Corpo feminino como espacialidade em disputa na violência doméstica em Ponta Grossa - PR
Registro en:
CAMPOS, Mayã Polo de. Corpo feminino como espacialidade em disputa na violência doméstica em Ponta Grossa - PR. 2022. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2023.
Autor
Campos, Mayã Polo de
Institución
Resumen
This research aims to answer the following question: how does the female body constitutes itself in spatiality regarding domestic violence in Ponta Grossa – PR? In order to answer it, we organized a data base within 256 domestic violence cases from Ponta Grossa‟s 4th Court of Justice (VIa Criminal). In order to understand the subjectivity of this phenomenon, we carried out eight semi structured interviews with women assisted by the assistance project Núcleo Maria da Penha (NUMAPE) and its content was organized by the use of Silva and Silva (2016) methodology, which relays in the dialogue between qualitative and quantitative data. The physical violence against women is partnered with psychological, moral, patrimonial and sexual violence. Women that look for the State as a conflict mediator are mostly poor and have a low level of education. Charges indicate that 92% of the cases involve people with intimacy, and most of the violence happens in the space of the house, representing 83,9% of the cases. The female body as a geographic space is in dispute by the male authority, and women resist and reappropriate it, as the denounces number grow. Essa pesquisa tem como fio condutor a seguinte questão central: como o corpo feminino se constitui em espacialidade de violência doméstica em Ponta Grossa-PR? Para respondê-la, sistematizamos em um banco de dados 256 inquéritos de violência doméstica da VIª Vara Criminal de Ponta Grossa – PR. Para compreender a subjetividade do fenômeno, realizamos entrevistas de roteiro semiestruturado com oito mulheres assistidas pelo Núcleo Maria da Penha (NUMAPE) e o conteúdo das entrevistas foi organizado a partir da metodologia proposta por Silva e Silva (2016), que tem como centralidade o diálogo entre o quantitativo e o qualitativo. A violência física contra a mulher é acompanhada da violência psicológica, moral, patrimonial e sexual. Recorrem ao Estado para reivindicar uma mediação de conflitos, majoritariamente, pessoas de baixa renda e escolaridade. Os inquéritos permitem afirmar que 92% dos casos envolvem pessoas em parceria íntima, e a casa figura como espaço da violência em 83,9% dos casos. O corpo feminino como espaço geográfico é disputado pela autoridade masculina, mas as mulheres resistem e reapropriam seus corpos, na medida em que elas têm denunciado seus agressores cada vez mais.