Dissertação
Efeito da ingestão aguda de cafeína no desempenho físico, variabilidade e recuperação da frequência cardíaca em pacientes com DPOC.
Registro en:
COSTA, Bruno Margueritte. Efeito da ingestão aguda de cafeína no desempenho físico, variabilidade e recuperação da frequência cardíaca em pacientes com DPOC. 2022. Dissertação (Mestrado em Ciências Biomédicas) - Universidade Estadual de Ponta Grossa. Ponta Grossa. 2022.
Autor
Costa, Bruno Margueritte
Institución
Resumen
Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) is characterized by dyspnea and
exercise intolerance. The characteristic of the disease trend to become the patients
sedentary, and triggering a deconditioning cycle. In other populations, caffeine (CAF)
has showed to be an ergogenic resource, however, there are no studies in COPD.
Therefore, the aim of this study is to verify the influence of CAF in exercise tolerance,
heart rate variability (HRV) and heart rate recovery (HRR) in patients with COPD. Ten
patients with previous COPD diagnosis were invited, in which each patient performed
five visits to laboratory. In first visit, the participants answered questionnaires and were
measured the anthropometrics, HRV, six-minute walk test and performed one
incremental test to familiarized to ciclossimulador. In second and third visits, they
performed incremental test with CAF ingestion (5 mg.kg-1
) or placebo (PLA) (cellulose).
In fourth and fifth visits, they performed constant load test with 60% to maximal power
in PLA incremental test, but with CAF or PLA ingestion. During and after the tests,
heart rate (HR) and peripheral oxygen saturation were measured. Time to exhaustion,
HRV and HRR variables in both tests were recorded. Additionally, five patients were
invited to perform a pulmonary function test with CAF ingestion, to verify bronchodilator
effect of the CAF. An increase, but not significant, was observed in the time to
exhaustion of 0.9% in the incremental test and 12.1% in the constant load test (p >
0.05). There was not significant difference between the autonomic variables, with the
exception of the ΔHR60s, which was lower in the CAF condition during the constant
load test, compared to the PLA condition (PLA = 15.3 ± 8.0bpm vs CAF = 11.4 ±
7.3bpm; p = 0.02). There was no effect of caffeine on forced expiratory volume in 1s
(FEV1) (p > 0.05), and caffeine did not change the behavior of peripheral oxygen
saturation during the constant load test (p >0.05) and delta of maximal tests did not
correlate with the of ΔFEV1 (p >0.05). These findings suggest that caffeine ingestion
did not have an ergogenic effect in COPD patients, because a lack of effect in variables
of the respiratory system, although is safe in autonomic aspect. A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se por ser uma condição
onde os pacientes possuem dispneia e intolerância ao esforço. Essas características
tendem a tornar os pacientes mais sedentários, formando um ciclo de
descondicionamento. Em outras populações, a cafeína (CAF) se mostrou como um
recurso ergogênico interessante, todavia, não se tem estudos na DPOC. Portanto, o
objetivo do presente estudo foi verificar a influência da CAF na tolerância ao esforço
físico, na variabilidade de frequência cardíaca (VFC) e frequência cardíaca de
recuperação (FCrec) em pacientes com DPOC. Dez indivíduos com diagnóstico prévio
de DPOC foram recrutados, sendo que cada participante realizou cinco visitas ao
laboratório. Na primeira visita os participantes responderam a questionários e
realizaram avaliações antropométricas, a mensuração da FC para análise da VFC,
teste de caminhada de seis minutos e um teste incremental máximo de familiarização
no ciclossimulador. Na segunda e terceira visita foram realizados os testes
incrementais com ingestão de CAF (5 mg.kg-1
) ou placebo (PLA) (celulose). Na quarta
e quinta visita realizaram os testes de carga constante a 60% da potência máxima
atingida no teste incremental máximo PLA, mas com CAF ou PLA. Durante os testes
e no período de recuperação, foram monitoradas a frequência cardíaca (FC) e a
saturação periférica de oxigênio. Os valores de tempo até exaustão nos testes de
esforço, bem como as variáveis autonômicas de VFC e FCrec foram registrados.
Adicionalmente, cinco sujeitos foram convidados a realizar um exame de função
pulmonar, com CAF, a fim de verificar o efeito broncodilatador dessa substância. Um
incremento, porém, não significante, foi observado no tempo até exaustão de 0,9% no
teste incremental e 12,1% no teste de carga constante (p > 0,05). Não houve diferença
significativa entre as variáveis autonômicas, com exceção do delta de FCrec de 60s,
que foi menor na condição CAF durante o teste de carga constante, em comparação
a condição PLA (PLA = 15,3 ± 8,0bpm vs CAF = 11,4 ± 7,3bpm; p = 0,02). Não houve
efeito da CAF no volume expiratório forçado em 1s (VEF1) (p > 0,05), bem como, a
CAF também não alterou o comportamento da saturação periférica de oxigênio
durante o teste de carga constante (p > 0,05) e o delta dos testes máximos não se
correlacionaram com o ΔVEF1 (p > 0,05). Esses achados indicam que a ingestão de
CAF não possui um efeito ergogênico em pacientes com DPOC, devido à ausência
de benefício nas variáveis do sistema respiratório, embora seja segura do ponto de
vista autonômico. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior