Dissertação
Determinantes socioeconômicos da taxa de lesão autoprovocada não suicida nos estados brasileiros de 2010 a 2018: um estudo com dados em painel.
Registration in:
RIZZOTTO, Karol Delisia Ayres. Determinantes socioeconômicos da taxa de lesão autoprovocada não suicida nos estados brasileiros de 2010 a 2018: um estudo com dados em painel. 2022. Dissertação (Mestrado em Economia) - Universidade Estadual de Ponta Grossa. Ponta Grossa. 2022.
Author
Rizzotto, Karol Delisia Ayres
Institutions
Abstract
This study aims to identify que socio-economic determinants related to the nonsuicidal
self-injury in the states of Brazil between 2010 and 2018 using the theory of the suicide
rates’s socio-economic determinants as a basis. Nonsuicidal self-injury, or also self-
harm, is one of the behaviors that define self-directed violence together with suicidal
behavior, characterized as violence committed against oneself according to the World
Health Organization. Literature on nonsuicidal self-injury comprises epidemiological,
descriptive and characterization studies, with few studies based on econometric
methodology. Suicide, however, has a vast literature of econometric studies on its
socio-economic determinants and, considering its direct relationship with nonsuicidal
self-injury, it was decided to use the literature on suicide as a basis for the study. As a
methodology, the two-way Fixed Effects model was used for panel data after analyzing
results from specification tests that helped decide the most appropriate estimation
method. Three models, each with a distinct dependent variable, were estimated to
observe whether socio-economic determinants have different impacts on total, male
and female nonsuicidal self-injury rates. The results showed that the rates are highly
influenced by the state GDP per capita, which was negative, by the fertility rate, which
had positive coefficients, and by the Gini Index, which has an inverse relationship with
the dependent variables. The female labor participation rate has a positive relationship
in the three models, but it is significant only in relation to women. Finally,
unemployment and divorce rates, with positive and negative coefficients respectively,
did not show statistical significance for the model. O objetivo do estudo é identificar os determinantes socioeconômicos relacionados às
taxas de lesão autoprovocada não suicida nos estados do Brasil entre os anos de
2010 e 2018 utilizando como base a teoria dos determinantes socioeconômicos das
taxas de suicídio. A lesão autoprovocada não suicida, ou também autoagressão, é um
dos comportamentos que definem a violência autoprovocada juntamente com o
comportamento suicida, caracterizada como a violência cometida contra si próprio de
acordo com a Organização Mundial da Saúde. A literatura sobre lesão autoprovocada
não suicida compreende estudos epidemiológicos, descritivos e de caracterização,
sendo escassos os trabalhos que partem da metodologia econométrica. O suicídio,
no entanto, possui uma vasta literatura de estudos econométricos sobre os seus
determinantes socioeconômicos e, considerando a sua relação direta com a lesão
autoprovocada não suicida, decidiu-se utilizar como base para o estudo a literatura do
suicídio. Como metodologia foi empregado o modelo de Efeitos Fixos two-way para
dados em painel a partir de testes de especificação que auxiliaram na escolha mais
adequada do método de estimação. Foram estimados três modelos, cada um com
uma variável dependente distinta, para observar se os determinantes
socioeconômicos possuem diferentes impactos nas taxas de lesão autoprovocada
total, masculina e feminina. Os resultados mostraram que as taxas são altamente
influenciadas pelo PIB estadual per capita que se mostrou negativo, pela taxa de
fecundidade que apresentou coeficientes positivo e pelo Índice de Gini que possui
relação inversa com as variáveis dependentes. A taxa de participação da mulher no
mercado de trabalho apresenta uma relação positiva nos três modelos, porém é
significativa apenas em relação às mulheres. Por fim, as taxas de desemprego e de
divórcio, com coeficientes positivos e negativos respectivamente, não apresentaram
significância estatística para o modelo.