Dissertação
Literaturas indígenas e documentos oficiais: lutas, conquistas e desafios.
Registro en:
FERREIRA, Camyla Aparecida Mello. Literaturas indígenas e documentos oficiais: lutas, conquistas e desafios.2021. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) - Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021.
Autor
Ferreira, Camyla Aparecida Mello
Institución
Resumen
Las literaturas indígenas son muy ricas y creo que todos tenemos derecho a conocerlas, la sanción de la Ley 11.645 / 08 hizo obligatoria la enseñanza de la historia y cultura indígena en la escuela primaria y secundaria, lo que me doy cuenta es que esta obligación no es eficaz en la rutina escolar. Debido a la necesidad que sentía de conocer mejor las literaturas indígenas y las dificultades que enfrentaba para proponer un trabajo con ellas en las clases, decidí hacer de las literaturas indígenas mi objeto de estudio, al darme cuenta de que la falta de valoración de la misma se debe a la ignorancia. Para analizar los discursos que están presentes en los textos y contextos, utilizo los estudios del Círculo de Bakhtin como base para comprender cómo se construyó la trayectoria de la Ley 11.645 / 08, con el objetivo de reflexionar sobre cómo aparecen las literaturas indígenas en las publicaciones oficiales, verificando cómo son abordas en los documentos que orientan la educación. Veo las literaturas indígenas como una forma de resistencia de los pueblos indígenas, como una forma de valorar las culturas y también como una forma de construir las identidades. Para la comprensión do qué és literatura indígena, me baso en las definiciones aportadas por los autores indígenas Ailton Krenak, Eliane Potiguara y Daniel Munduruku. Comprender qué son los “ecos e resonancias” que, según Bakhtin (2011), existen en todos los discursos, porque tienen un carácter receptivo. Partiendo de este supuesto, traté de entender cómo fue la trayectoria hasta la publicación de la Ley 11.645 / 08. Hago un retorno histórico, ya que los discursos que encontramos en los documentos no están disociados de su contexto de producción. Retomo Hall (2014) para abordar el tema de la construcción de la identidad, porque según el autor, la identidad se construye en las relaciones sociales. Con esta percepción, busco dar respuesta a dos preguntas que orientan mi trabajo, ¿cómo se aborda la literatura indígena en las leyes y documentos que orientan la educación y en los documentos de estudio de los Equipos Multidisciplinarios? Con base en las lecturas, reflexiones y análisis realizados durante la investigación, podría concluir que las literaturas indígenas, en primer lugar, no se abordan en plural sino en singular, dando la impresión de que toda la literatura indígena es igual. Esta visión de que tenemos una literatura indígena es refutada desde las posiciones de los propios autores indígenas, cada autor indígena expressa por medio de su literatura toda su ascendencia, la cultura de su pueblo. Esta perspectiva nos lleva a pensar que tenemos literaturas indígenas en plural. Otro punto importante a destacar es que los documentos utilizan el término “literatura indígena” en pocos puntos de sus textos, frecuentemente se hace uso de la palabra cultura y en ella se puede interpretar que se incluyen las literaturas indígenas. En los documentos relacionados con el Equipo Multidisciplinario, tenemos la utilización del término “literatura indígena” y podemos ver que estos son materiales que apoyan a estos equipos en el aprendizaje de las historias y culturas indígenas. A partir de la propuesta del Círculo de Bakhtin, es posible afirmar que en todos los documentos analizados podemos encontrar ecos de otros textos, estableciendo un diálogo entre ellos. Estos textos siempre aparecen en respuestas a textos, afirmaciones hechas anteriormente. As literaturas indígenas são muito ricas, e acredito que todos temos o direito de conhecê-las. Esse direito nos foi assegurado pela promulgação da Lei 11.645/08, que tornou obrigatório o ensino de histórias e culturas indígenas no ensino fundamental e no ensino médio. Embora seja um direito e um dever, nem sempre esse ensino se efetiva no cotidiano escolar. Devido à necessidade que senti de conhecer melhor as literaturas indígenas e às dificuldades que enfrentei para propor um trabalho com elas na sala de aula, decidi tornar as orientações oficiais que tratam do ensino das literaturas indígenas meu foco de estudo. Para analisar os discursos que estão presentes nos textos oficiais e contextos de ensino, uso como base os estudos do Círculo de Bakhtin para compreender como se construíram as orientações para o ensino das culturas e histórias indígenas, tendo como objetivo refletir sobre como as literaturas indígenas aparecem nos documentos oficiais e analisar como são abordadas nos documentos que norteiam a educação. A partir dos autores indígenas, vejo as literaturas indígenas como uma forma de resistência dos povos indígenas, como uma forma de valorização das culturas indígenas e também como uma forma de negociação das identidades. Para essa compreensão, me apoio nas definições trazidas por autores indígenas como Ailton Krenak, Eliane Potiguara, Daniel Munduruku e Edson Kayapó. Nessas orientações oficiais, há “ecos e ressonâncias” de outros enunciados (BAKHTIN, 2011), porque eles têm uma natureza dialógica e responsiva; ou seja, essas orientações dialogam com outros enunciados e respondem a outros discursos que lhe são anteriores. Faço uma retomada histórica, pois os discursos que encontramos nos documentos não são dissociados de seu contexto de produção. Retomo Hall (2014) para abordar a questão da construção de identidade, pois, segundo o autor, as identidades são construídas nas relações sociais. Com essa percepção, busco responder duas questões que norteiam meu trabalho: como as literaturas indígenas são abordadas nas leis e documentos que norteiam a educação? E como são abordadas nos documentos de estudo das Equipes Multidisciplinares? A partir de todas as leituras, reflexões e análise realizadas no decorrer da pesquisa pude concluir que as literaturas indígenas, primeiramente, não são abordadas no plural e sim no singular, proporcionando a impressão de que toda a literatura indígena e igual. Essa visão de que nós temos uma literatura indígena é refutada a partir dos posicionamentos dos próprios autores indígenas, cada autor indígena expressa através de sua literatura toda sua ancestralidade, a cultura de seu povo. Essa perspectiva nos leva a pensar que temos literaturaS indígenaS no plural. Outro ponto importante a ser destacado é que os documentos utilizam o termo “literatura indígena” em poucos pontos de seus textos, normalmente há a utilização da palavra cultura e nela se pode interpretar que as literaturas indígenas estão inseridas. Já nos documentos relativos à Equipe Multidisciplinar, temos a utilização do termo “literatura indígena” e podemos perceber que são materiais que subsidiam essas equipes no aprendizado em relação às histórias e culturas indígenas. A partir do referencial do Círculo de Bakhtin, é possível afirmar que em todos os documentos analisados podemos encontrar ecos de outros textos, estabelecendo um diálogo entre eles. Esses textos oficiais surgem sempre em respostas a textos, reivindicações realizadas anteriormente, e dialogam com outros textos que lhe são anteriores. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior